Sócrates em Belém II


Tomou posse o XVIII Governo Constitucional.

Se se verificar um panorama semelhante ao que acontece no cinema, teme-se o pior.

À excepção da magnífica saga de "O Padrinho", o que é normal é que as sequelas sejam bem piores que os originais.

Se o primeiro Governo de Sócrates não deixa saudades, o que agora toma posse também não suscita grandes expectativas, muito menos entusiasmo.

Os discursos de circunstância que marcam estas ocasiões tiveram uma novidade apetitosa.

Cavaco Silva aproveitou para mandar uma bicada em Soares (Cavaco não lhe perdoa os tempos das "forças de bloqueio") e, simultaneamente, deixar o recado a Sócrates.

Quando Cavaco diz que sabe bem o que é enfrentar dificuldades enquanto líder de um Governo minoritário, e promete que não as vai criar a Sócrates, não só volta a censurar Mário Soares, como está a avisar Sócrates de que sabe muito bem como lhe fazer a vida num inferno. (O discurso de Cavaco aqui via Jornal de Negócios http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS&id=392917).

Cavaco, que continua a mostrar o seu hipotético desdém pela política, que afirmou que não são motivações políticas que o movem, cada vez mais se deixa envolver em politiquice.

E cada vez mais faz passar a ideia que não perdoa a quem lhe cria problemas.

Com Cavaco, a vingança é um prato que se serve frio, quente, morno,.....o que se revelar mais adequado e mais apropriado no momento.

As fontes do Devaneios garantem que ouviram Sócrates segredar a Santos Silva "Assim não é porreiro, pá!"


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