Nobel da Paz


A Academia norueguesa surpreendeu, deixando-se contagiar pela Obamania, ao atribuir ao "galáctico" Presidente dos Estados Unidos o Nobel da Paz.

Clara Ferreira Alves, numa crónica que assinou no Expresso, referia-se ao presidente americano como uma pessoa decente, qualidade que rareia nos tempos que vivemos.

Mas não foi por ser uma pessoa decente que a Academia norueguesa atribuiu o Nobel da Paz a Obama.

A justificação para tão inesperado gesto prende-se com o capital de esperança que Obama transporta consigo, especialmente no que concerne ao desarmamento nuclear e à pacificação das relações multilaterais num Mundo complexo e em grande convulsão.
Pela primera vez, a Academia atribui um prémio a uma personaliade não pela obra realizada, antes pela obra que poderá vir a realizar.

O mediatismo, a aura de popularidade, a novidade que representa, o carisma, os dotes de oratória, o discurso desempoeirado, realmente parecem ser capazes de sobreviver aos famigerados quinze minutos de fama de que falava Andy Wharol.

Ouvindo o anúncio, e as justificações apresentadas, dei comigo a pensar que, mais que atribuir um prémio, a Academia norueguesa, também pela primeira vez na sua história, apresentou ao laureado um tremendo caderno de encargos.

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