Gabriel, o pensador?


Ouvi com atenção a entrevista que Gabriel, Tong Io Cheng, deputado nomeado, concedeu hoje à Rádio Macau e devo confessar que a primeira impressão não é muito favorável.

Invariavelmente, a cada pergunta que lhe era colocada, Tong Io Cheng respondia que era necessário pensar, que iria pensar, que ainda não tinha pensado no assunto.

Democratização do sistema político? É necessário pensar com calma.

Recrutamento de mais juízes a Portugal? É preciso pensar quando o problema se colocar (e eu que pensava que já estava aí há um tempão....).

Evolução no sentido de maior utilização da língua chinesa a nível do sistema jurídico? Temos de pensar se será útil.

Ouvindo o deputado, a ideia que fica é que Tong Io Cheng estava a ter mais cuidado do que aquele que é recomendável a um elefante numa loja de porcelana.

Mas este comportamento não nada é de bom augúrio.

Com tanta cautela, o sr. deputado corre o risco de passar o mandato a pensar.

Depois, se os outros lhe seguem o exemplo, ficaremos com uma Assembleia de estátuas de Rodin.

A tentação, depois de ouvir algumas intervenções tão infelizes com que temos sido contemplados, é pensar (aí vem o terrível verbo outra vez!) que até era melhor.

Mas não pode ser.

Penso eu....

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