Presidência da Assembleia Legislativa
Tomam posse na próxima sexta-feira os deputados eleitos para a 4ª legislatura da RAEM.
Serão também então eleitos o presidente e vice-presidente da Assembleia Legislativa.
Todos sabemos como estas coisas se passam em Macau.
Intensas negociações de bastidores, que dão origem a um harmonioso consenso.
Assim, e sem surpresas de última hora, o presidente passará a ser Lau Cheok Va ( à esquerda na imagem), até à data vice-presidente, e o vice-presidente Ho Iat Seng (à direita).
Junto a minha voz à dos que se questionam, muito legitimamente, porquê? Que qualificações apresentam para ocuparem tão destacadas posições na hierarquia política da RAEM?
A Lau Cheok Va será atribuída uma recompensa, em forma de presidência da Assembleia Legislativa, pelos muitos anos que já passou naquele órgão.
Em primeiro lugar, normalmente estas recompensas tomam a forma de uma qualquer medalha, não de um cargo de tão alta responsabilidade.
Em segundo lugar, e não tendo nada contra Lau Cheok Va, essa ideia que "a antiguidade é um posto", para continuar com os ditados populares, "já foi chão que deu uvas".
Não tenho nada contra Lau Cheok Va mas também não o vi, ao longo de todos estes anos, fazer algo de tão relevante que permita justificar a sua eleição para o cargo de presidente da Assembleia Legislativa.
Ho Iat Seng representa, no que diz respeito à experiência acumulada, exactamente o oposto de Lau Cheok Va.
Chegou agora à Assembleia, ainda nem conhece bem a casa, e entra directamente para vice-presidente.
As razões para este pulo extraordinário ficam no segredo dos deuses....
Como cidadão de Macau, residente permanente, fico desiludido com estas benesses.
Reafirmo-o, nada me move contra as pessoas em si.
Os problemas residem a latere - este procedimento representa mais um sinal de erosão no prestígio do hemiciclo de Macau.
A Assembleia Legislativa vai sendo, mais e mais, encarada como um local onde se premeiam fidelidades com a atribuição de lugares de destaque.
Sabia-se que o legado de Susana Chou era muito pesado.
Pergunto qual destes dois nomes citados dispõe do capital de prestígio e da autoridade de que dispunha Susana Chou.
Capital de prestígio que lhe permitia manter em respeito os deputados e membros do Governo como o fazia, muito mais nos últimos quatro anos, a presidente cessante.
Acontecerá o mesmo com os dois nomes citados?
Tenho sérias dúvidas.
Será que não havia ninguém mais indicado para ocupar a presidência da Assembleia Legislativa?
Ou não era politicamente correcto?
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