Alone again, naturally
Quando Gilbert O'Sullivan cantou a conhecida balada, em 1972, estava longe de imaginar que, 37 anos depois, o primeiro-ministro eleito de Portugal, andaria, cabisbaixo, a trautear a mesma pelos corredores do Palácio de Belém.
O Engenheiro levou mais duas negas, e agora já percebeu que vai mesmo ter de governar sozinho, provavelmente com os outros partidos a moerem-lhe o juízo.
Já não chegava o Cavaco....
Obviamente que o Bloco não iria entrar em acordos de governo com o Engenheiro.
A esquerda modernaça, bem-falante e culta, não ia entrar em acordos com um tipo que até tem um diploma atribuído ao domingo, não é?
Nem o PCP aceitou o canto de sereia do Engenheiro.
Os camaradas, que andam há mais de trinta anos à espera dos amanhãs cantantes, sabem que o proletariado não se pode misturar com a nova burguesia sob pena de se dissolver na solução criada.
A química era muito arriscada em qualquer destas uniões.
E o Engenheiro entrou na estratégia de vitimização.
Já começou a dizer que foi eleito para governar quatro anos, que moções de censura seriam uma irresponsabilidade, que os outros partidos não cumpriram a sua obrigação de se submeterem às suas ordens numa união de conveniência.
Ou seja, não lhe chega governar, também quer dizer aos outros partidos o que devem fazer na oposição.
Ainda não percebeu que foi por causa dessa atitude autoritária e arrogante que perdeu a maioria absoluta nas urnas?
Está na hora do banhinho de humildade.
Entretanto pode ir cantando:
No point in us remaining,
"We may as well go home",
As I did on my own,
Alone again, naturally
O que vale ao Engenheiro é que pode sempre contar com o colinho do amigo Chávez.
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