A notícia que está a agitar o País

Ainda se estava a discutir o défice, a avaliação das agências de rating, as declarações de Joaquin Almunia, as ameaças de demissão do Ministro das Finanças por causa das transferências orçamentais para as Regiões Autónomas (aquelas que representam 0,03% do défice), quando as jornalistas Felícia Cabrita e Ana Paula Azevedo, nas páginas do "Sol", provocaram uma erupção enorme no vulcão que é a situação política em Portugal.
Em era de divulgação de escutas, onde o segredo de justiça já faz parte do anedotário nacional, surge agora desnudado todo o processo "Face Oculta" naquilo que tem de mais sórdido e tenebroso (aqui a notícia do "Sol" http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Default.aspx ).
O que era, no início, uma questão de sucatas e sucateiros, transformou-se, pouco a pouco, numa lixeira imunda onde estão atoladas as mais altas figuras do Estado.
E de sucatas, sucateiros, trafulhices para ganhar concursos públicos, robalos, passou-se, sem se perceber como, para atentados à liberdade de informação, crimes de atentado contra o estado de direito, "tubarões".
As acusações que são feitas a José Sócrates e aos seus acólitos nas páginas do "Sol" são de uma gravidade extrema e inimaginável.
Como é comum nestas situações, já ouvi vozes erguerem-se em grande revolta com a fuga de informação que se verificou neste caso (como se fosse algo de novo!!),  sugerindo o castigo exemplar das duas jornalistas e do jornal em questão.
O vulgar grito - "mate-se o mensageiro"!
A ser verdade o que o "Sol" relata,  estamos perante personalidades realmente doentias.
A relação do primeiro-ministro com a comunicação social raia os limites do psicótico.
Perseguição de jornalistas que ousam criticar a sua governação, telefonemas a jornalistas em gritos delirantes, tentativas de silenciamento de jornalistas e órgãos de comunicação social, intervenção em negócios obscuros para controlar opções editoriais em empresas privadas.
Tudo isto é muito feio, muito triste, assustador.
E, o pior neste quadro negro, aterrador, é sabermos que nada se irá apurar convenientemente, não haverá consequências, apenas mais um escândalo em que o nome do primeiro-ministro aparece envolvido.
E virá um outro, e mais outro, e não sabemos quantos mais.
Tudo perante um Presidente da República permanentemente preocupado mas que não faz rigorosamente nada antes de ser eleito para um segundo mandato.
Esse segundo mandato, a existir, com o PS e Sócrates no poder, é fácil de adivinhar que será uma das fases mais conturbadas e de maior agitação política que Portugal terá memória.


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