Procurador de Nova Iorque manda arquivar processo movido contra Dominique Strauss-Kahn
O sistema judicial norte-americano tem algumas bizarrias muito particulares, muito próprias, únicas mesmo.
Uma das maiores, é dar clara prioridade à vertente estatística, contabilística, ao balanço final entre vitórias e derrotas, face a considerações de pura Justiça.
Pode assim compreender-se melhor a decisão de mandar arquivar o processo movido contra o ex-director do FMI, Dominique Strauss-Kahn, pelo Procurador de Nova Iorque (ler aqui).
Há provas de ter existido uma relação sexual entre Dominique Strauss-Kahn e Nafissatou Diallo, a queixosa, empregada de quartos do hotel Sofitel de Nova Iorque.
Mais, a perícia médica aponta para fortes indícios da existência de violação.
No entanto, face às contradições que Nafissatou Diallo apresentou nos seus depoimentos, o Procurador de Nova Iorque, receoso de uma derrota pessoal, recuou nas acusações fortíssimas que tinha movido a Dominique Strauss-Kahn, mesmo em público, e mandou agora arquivar o processo.
Como explicou Rogério Alves, o antigo bastonário da Ordem dos Advogados em Portugal, uma vez que o sistema judicial norte-americano só prevê a condenação para além de qualquer dúvida razoável (beyond a reasonable doubt) havia sérias possibilidades que, em Tribunal, Dominique Strauss-Kahn fosse absolvido.
Mas, creio eu, essa era uma decisão que devia ser tomada pelo Tribunal, por um júri constituído por doze pessoas, depois de examinar a prova produzida.
Não por um Procurador receoso de uma derrota pessoal.
O que é que se segue?
Previsivelmente, uma maratona de processos de natureza cível.
Nafissatou Diallo vai processar Dominique Strauss-Kahn procurando ser ressarcida civilmente dos danos sofridos.
Dominique Strauss-Kahn que, por sua vez, vai replicar e processar Nafissatou Diallo, e o Estado de Nova Iorque, na sequência dos danos que sofreu na sua imagem e no seu bom nome.
E, obviamente, reagindo indirectamente ao seu afastamento da chefia do Fundo Monetário Internacional.
Por falar nisso, este processo todo não teve apenas como móbil afastar Dominique Strauss-Khan da chefia do FMI, pois não?!
Esta última hipótese nunca deixou de existir no meu horizonte.
ResponderEliminarEle poderá ser um macho com muita actividade e ser mesmo agressivo, mas nunca se soube quem mandou esta boa senhora ir ao quarto dele ?
A senhora certamente não vai aos quartos com os hospedes ainda a dormir.
Enganou-se na porta ?
Há muita coisa que não bate certo.
Luís,
ResponderEliminarTodo o processo, toda a história (rocambolesca), são muito estranhos.
Não sei se algum dia será deslindado o que de facto aconteceu naquele quarto.
E com que intenções.
Porque, agora, a questão vai centrar-se apenas em cifrões.
DSK tinha que ser afastado do FMI e, da eventual Presidência de França.
ResponderEliminarAgora é Lagarde!
Ninguém, limpa quartos com o cliente lá dentro.
Karocha,
ResponderEliminarFica sempre essa possibilidade/dúvida no ar.
Efectivamente, nunca me aconteceu irem limpar um quarto de hotel em que eu estivesse.
Saberemos algum dia o que efectivamente aconteceu?
Caro Pedro
ResponderEliminarFicarão certamente para as calendas os esclarecimentos.
Falamos dum País onde a "advocacia" é uma "industria" poderosíssima...
Abraço
E os magistrados têm que ter bom balanço entre vitórias e derrotas para serem reeleitos.
ResponderEliminarUm abraço
Não acredito que o DSK tenha violado a Nafissatou Diallo, mas de qualquer modo, é um machão asqueroso, que já há muito tempo devia ter sido afastado do FMI e, da eventual Presidência de França!!!
ResponderEliminarTalvez até tenha sido uma intriga feita por certos membros do Partido Socialista que nunca acreditaram num indivíduo rico e amante do luxo como o DSK.
Uma palhaçada à North América!!!
ResponderEliminarEMATEJOCA,
ResponderEliminarQue o tipo é tarado parece não haver dúvidas.
Daí até a uma acusação por violação...
Observador,
Para dar um filme.
De segunda categoria, provavelmente.
Uma palhaçada à América do Norte, mas com protagonista FRANCÊS!!!
ResponderEliminarEMATEJOCA,
ResponderEliminarConvenhamos que já dá um certo charme à fita :)))
Até admito que DSK tenha sido alvo de uma cilada para o afastar da corrida às presidenciais francesas, onde aparecia bem colocado.
ResponderEliminarNo entanto, não compreendo como é que, tendo sido provado ter havido relação sexual, a acusação tenha sido retirada, alegadamente porque a vítima era mentirosa.
A decisão seria idêntica se ela não fosse preta, pobre e simples empregada de hotel?
É uma questão de vitória ou derrota pessoal, Carlos.
ResponderEliminarMais do que beyond a reasonable doubt, o que conta é com a mínima hipótese de não ganhar.
O facto de se tratar de uma "preta, pobre e simples empregada de hotel" só ajuda a esse raciocínio.
The american way!
O que aconteceu lá dentro só eles sabem de facto, mas que deixei de acreditar que ela teria sido violada depois de andar por aí toda contente a dar entrevistas deixei, não acredito que alguém que passe por uma violação consiga ter a postura que ela tem tido, e o esforço para chorar? Mas que má atriz, cenas destas é que prejudicam gravemente as mulheres, porque depois quando há casos mesmo sérios, é mais fácil ficar a dúvida no ar! Uma coisa é certa que ele perdeu o cargo, perdeu!*
ResponderEliminarCatarina,
ResponderEliminarPerdeu o tacho no FMI e a possibilidade de disputar a presidência em França.
Dois em um!!
Caro confrade Pedro Coimbra!
ResponderEliminarNo meu viés todos estes fatos nebulosos estão alicerçados numa rede de intrigas e mercantilismo, que tem como escopo fortalecer alguns "poderosos" em detrimento de outros.
Caloroso abraço! Saudações desconfiadas!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Diadema-SP
Onde se lê tem leia-se têm.
ResponderEliminarProf. João Paulo de Oliveira,
ResponderEliminarLutas de poder são inequívocas.
Mas, a questão permanece, terá sido só isso?
Um abraço