O beduíno tombou


Durou 42 anos o regime do torcionário líbio que hoje chega ao fim.
Depois de longos meses de avanços e recuos, as tropas rebeldes, em coordenação com forças da NATO e da oposição líbia, tomaram Tripoli.
E festejaram o feito na simbólica Praça Verde.
Depois de ver os seus filhos detidos, um dos quais, Seif al-Islam, que seria o seu herdeiro e cujo destino é agora enfrentar a acusação de ter cometido crimes contra a Humanidade no Tribunal Penal Internacional (terá a companhia do pai quando este for capturado), Muammar Gadhafi mandou o seu ministro da propaganda acenar a bandeira branca da rendição e paz.
Enquanto, ele próprio, aparecia na televisão e rádio a apelar à resistência.
Um crápula até ao fim.
Saúda-se a queda de mais um facínora e do seu regime.
Mas, quando a festa terminar, é preciso muito cuidado e muita atenção ao que vai acontecer na Líbia.
Para que não se repita um cenário de guerra civil já visto noutras ocasiões.
Receios que se acentuam no movimento de revolta líbio face à notória ausência de uma liderança forte no seio do mesmo.
É necessário capturar Gadhafi, que está desaparecido, o normal nestes ratos de esgoto, e instaurar na Líbia um governo de transição forte e respeitado.
Até à realização de eleições livres.
Em todo este processo, complexo e moroso, os Estados Unidos e os seus aliados, que apoiaram a revolta, têm de assumir especiais responsabilidades.
Depois da borrada no Iraque, não há espaço para mais descuidos e asneiras.

Comentários

  1. Caro Pedro Coimbra
    A não ser que haja uma reviravolta inesperada, parece que sim.
    Lamento o tempo. Lamento as vitimas inocentes. Lamento a destruição verificada.
    Abraço

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  2. Lamentamos todos, Rodrigo.
    E desejamos que não existam mais daqui para a frente.
    E que, a seguir à Líbia, se siga a Síria.
    Assassinos não podem ser chefes de estado em parte alguma do Mundo.
    Um abraço

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  3. Estimado Amigo Pedro Coimbra,
    Eu sou um pouco mais séptico quanto à situação na Síria, lamento as mortes e a destruição do país, mas os novos senhores não se irão enteder, e como a Líbia é um pedaço de terra muito cobiçada por algumas potências estrangeiras, tenho receio que a Líbia se transforme em outro Iraque.
    Um abraço amigo

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  4. Compartilho a preocupação no nosso amigo António.
    Não vai ser fácil e rápido.

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  5. Não será imediatamente que a situação na Líbia se vai normalizar.
    Mas auguro um futuro diferente do que se passou no Iraque.
    Circunstâncias diferentes e atenção à geografia.
    Basta olhar em volta para se perceber que a Líbia não é o Iraque.
    Se é que me faço entender.

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  6. Pedro
    Que assim seja, mas será que o pior já passou!!!
    Abraço

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  7. A queda de um ditador é sempre motivo de regozijo. Mesmo quando é derrubado pelos amigos que outrora a alimentaram e tiraram proveito dela. Resta saber o que virá, depois da repartição dos despojos.

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  8. Amigo Cambeta e Catarina,
    Volto a dizer que levará muito tempo a estabilizar a situação na Líbia.
    Mas o Iraque terá sido uma boa lição.

    Observador,
    Estamos na mesma onda.
    Faz-se entender muito bem.

    Adélia,
    Não sei se o pior já passou.
    Sei que tombou um ditador.
    E, como refere o Carlos, a queda de um ditador já é motivo de regozijo.

    Carlos.
    No meio da hipocrisia, de quem o alimentou e, depois de ele assassinar barbaramente inocentes, com ele negociou, o importante agora é que um tirano assasino já não está no poder.
    E quero vê-lo a ser julgado ao lado do filho.

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  9. Fora dos Estados Unidos e da Europa também outros políticos manifestaram opiniões sobre os recentes acontecimentos na capital líbia. Hugo Chávez, presidente da Venezuela, continua apoiando solitariamente o regime Kadafi.
    Quero dizer que a Esquerda, cega como sempre, continua a simpatizar com o ditador.

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  10. E agora vamos lá ver se não surge um ainda pior...

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  11. EMATEJOCA,
    Alguma esquerda.
    Hugo Chávez não é exemplo de nada.
    Apenas de coragem na luta contra a doença.
    No resto, cultiva o mesmo culto de personalidade de todos os ditadores.

    FireHead,
    Não será fácil.
    Um louco assassino como este, felizmente, não aparece todos os dias.

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