Analisando o balanço dos trabalhos da Assembleia Legislativa
Os deputados, em Macau, partiram em férias.
Analisando o balanço dos trabalhos desta sessão parlamentar, e as estatísticas que agora são conhecidas, mais uma vez impressiona a elevada taxa de absentismo de muitos dos deputados.
Mais do que a sistemática ausência nos debates parlamentares (muitos são tão inúteis e enfadonhos que acredito que ninguém se sinta motivado para estar presente) faz-me impressão o elevado número de ausências nos trabalhos das diversas comissões parlamentares.
Se é verdade que, muitas vezes, o hemiciclo se transforma num local onde alguns deputados gostam de se mostrar ao seu "público", e gostam de ouvir o som das suas próprias vozes, não é menos verdade que, para quem acompanha a política em Macau, se percebe perfeitamente que é no trabalho das comissões que tudo se decide, que se conseguem os tão afamados consensos.
Como explicar então as ausências sistemáticas de alguns deputados no trabalho das comissões especializadas?
Afigura-se-me muito fácil.
A Assembleia Legislativa continua a funcionar mediante uma lógica de quintal.
Como tal, os deputados só estão presentes no trabalho de comissões que se ocupam de temas relevantes para o(s) seu(s) quintal(ais).
Quando o tema em debate ultrapassa os muros do(s) quintal(ais), não aparecem.
Tão simples quanto isto.
E julgo não errar se afirmar que há consciência desta realidade.
Se assim é, porque não reformular as comissões de acordo com os interesses presentes (os "quintais") de cada um dos sectores, combatendo desta forma a péssima imagem que a elevada taxa de absentismo representa?
Sim que, no que diz respeito a plenários, todos sabemos que está, à partida, garantida a maioria necessária nos dias de votações.
Pedro
ResponderEliminarE eu a pensar que só Portugal é que estava a meio gás nesta altura. Tal como os Tribunais.
Abraço
Adélia,
ResponderEliminarO problema é que a Assembleia Legislativa de Macau anda a meio gás (já é ser simpático....) há muitos anos.
Problemas de sistema é o que se diz para justificar tanta ineficácia e tanto deleixo.
Não engulo essas desculpas.
Um abraço