Vou ali do 8º ao 10º ano num pulinho

Por estes dias tomei verdadeiramente consciência do facto de ter vivido a minha juventude num outro século.
E do que isso representa.
Tomemos a área da Educação como exemplo.
Foi um século no qual era necessário ter aproveitamento nas várias disciplinas para se poder aceder a um grau superior.
Um século no qual, quem não tinha aproveitamento, era reprovado, não ficava "retido".
Um século no qual, vejam só que coisa mais aberrante!!, se um tipo reprovava uma série de vezes no mesmo ano, até se arriscava muito seriamente a mostrarem-lhe a porta da rua (era assim no colégio que frequentei).
Um século no qual se premiava os melhores alunos, os sobredotados, com a possibilidade de fazerem exames e "saltarem" um ano.
E isto tudo parecia lógico, correcto, justo.
Fiquei a saber agora que os "sábios" actuais acham que não é bem assim.
Os cultores do modeno eduquês vêm agora dizer-nos que estávamos todos errados.
Não é necessário ter aproveitamento para se avançar nos estudos; os alunos não reprovam (é psicologicamente marcante), ficam "retidos"; e, se ficarem "retidos" muito tempo, por exemplo, até terem mais de 15 anos e continuarem convictamente no 8º ano, poderão facilmente dar um pulinho até ao 10º ano.
Para quê cultivar e premiar a excelência?
George W. Bush, numa das suas últimas intervenções públicas, neste caso numa qualquer universidade americana, resolveu recorrer ao seu sentido de humor(?) muito peculiar, para dizer aos estudantes - "Não se preocupem muito. Lembrem-se que, mesmo sendo alunos de média "C", ainda poderão aspirar a ser um dia Presidente dos Estados Unidos!"
Lembro-me que, quando ouvi o discurso, fiquei a pensar que era de uma irresponsabilidade total.
Porque incentivava os alunos à preguiça, à mediocridade, não ao esforço e à procura da excelência.
Afinal, parece que fez escola.

Comentários

  1. Mesmo a propósito essa sua referência a Walker Bush. Aliás, na verdade, esta coisa de pôr miúdos a saltar etapas se não fosse trágica até era cómica, tal como o ex- presidente dos EUA...

    Cada vez que achamos que já não é possível fazer pior, este Ministério da Educação surpreende-nos.
    Abraço.

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  2. A Ministra continua a escrever contos infantis, é a explicação que consigo vislumbrar.
    Abraço.

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