Italianos no último lugar do Grupo no dia em que os japoneses deixaram a Dinamarca para trás

Ao 14º dia deste Mundial, confirmou-se a decepcionante campanha italiana, o esperado apuramento do Paraguai, a excelência dos holandeses, as decepções Camarões e Dinamarca, a honra da selecção neo-zelandesa, e as surpresas Japão e Eslováquia.

A selecção italiana, campeã do Mundo em título, imitou a França de 1998 e conseguiu a proeza de, num Grupo aparentemente acessível, ser eliminada, não ganhar um único jogo, e ficar no último lugar.
A derrota perante a Eslováquia (3-2) só veio confirmar as fraquezas desta débil selecção de Lippi, a qual, pasme-se!!!, nem defender sabe.
Orfãos dos grandes craques de tempos recentes (Baggio, Del Piero, Totti), os italianos ficaram sem Pirlo (lesionado) e o futebol da squadra azzurra foi sempre algo de muito confuso, sem um fio de jogo claro, com intérpretes de segunda categoria.
Até a célebre qualidade defensiva dos italianos esteve totalmente ausente neste Mundial.
Com Buffon a jogar apenas a primeira parte do primeiro jogo, e Fabio Cannavaro demasiado preso de movimentos, pesado, sem capacidade de liderança, a equipa italiana foi sempre uma equipa na qual os defesas não confiavam muito no guarda-redes, que também não confiava na defesa que tinha à frente, defesas que também não confiavam muito em si próprios e nos parceiros de sector, que não tinham ali uma voz de comando, que também não existia naquele meio-campo curto de ideias, o qual nem auxiliava a defesa nem alimentava um ataque muito débil, sem classe.
Está explicado o tombo italiano.
Outras explicações, relacionadas com os efeitos da Lei Bosman, ficarão para outra oportunidade.
Os eslovenos jogaram q.b., formam uma selecção pouco mais que vulgar, mas passam aos oitavos-de-final.
Dois golos de Vittek e um de Kopunek para os eslovacos, com De Rossi e Quagliarella a marcarem para os italianos, num jogo que teve um final dramático, um lance polémico, mas que marca o merecido adeus italiano ao Mundial africano.
No outro jogo do Grupo o Paraguai confirmou a esperada passagem aos oitavos-de-final após o empate (0-0) com a Nova Zelândia.
Num jogo muito fraco, enfadonho, sonolento, destaque para os neo-zelandeses que conseguiram o terceiro empate em outros tantos jogos, isto com uma selecção próxima do amadorismo (o capitão de equipa não tem clube, algo que deve ser inédito num Mundial).
Destaque também para Mark Paston, o guarda-redes neo-zelandês, ele sim a revelar alguma qualidade.
Finalmente, uma nota para a pobre exibição de Cardozo.
Enquadrou-se bem no jogo, tem que se admitir.
Os paraguaios vão defrontar os japoneses e este é mesmo um daqueles em que......adivinharam! prognósticos, só no fim do jogo.
Sim, que o Japão tem uma equipa muito forte, uma selecção cheia de vontade de ser feliz, com bons jogadores (Honda é craque!!), que não me surprenederia nada se deixasse os paraguaios pelo caminho.
Foi o que aconteceu ontem à Dinamarca, a tal selecção que tinha ganho o Grupo de apuramento em que estava incluído Portugal, depois da derrota por 3-1.
Dois golaços de livre, marcados por Kaisuke Honda e Yasuhito Endo, a Dinamarca reduziu por Tomasson na marcação de um grande penalidade, mas o Japão repôs a vantagem de dois golos com um golo marcado por Okazaki.
Atenção aos "samurais", os quais, juntamente com os sul-coreanos, demonstram que também se sabe jogar futebol na Ásia.
Cada vez mais.
Se na Ásia se vai jogando melhor, na África passa-se o contrário.
A selecção dos Camarões confirmou essa péssima prestação africana (esperemos que a Costa do Marfim lhe dê seguimento....), com mais uma derrota, esta perante a excelente Holanda.
Os camaronenses estão, como a maioria das selecções africanas, cheios de vedetas endinheiradas, aburguesadas, com os bolsos demasiado pesados para poderem jogar futebol.
Etoo ainda tenta (foi ele que marcou os dois golos dos camaronenses neste Mundial) mas não pode fazer nada sozinho, como é óbvio.
Do outro lado, uma selecção que fez o pleno (imitando a Argentina), que ganha jogos com a mesma naturalidade com que os seus jogadores respiram, que tem um quadro de soluções fabuloso, agora aumentado com a recuperação de Robben (jogou um bocadinho e deu origem ao golo de Huntellaar). 
Os holandes vão defrontar os eslovenos e, se ainda resta alguma lógica neste Mundial (será??), facilmente serão apurados para os quartos-de-final.

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