Por mares nunca dantes navegados

A selecção portuguesa, que tinha deixado uma imagem tão pálida no primeiro jogo, encheu-se de brio e conseguiu a maior goleada da história das seleccões nacionais em fases finais de europeus ou mundiais.
Os 7-0 com que os norte-coreanos foram brindados são o resultado de uma excelente exibição, de uma excelente atitude, de um jogo onde tudo correu bem.
Carlos Queiroz, que tanto falou no Cabo da Boa Esperança, no Adamastor, transmitiu aos "navegadores" o espírito, a raça e a coragem que os descobridores portugueses revelaram.
E que tão ausentes tinham estado no primeiro jogo.
Ao contrário do jogo contra os marfinenses, contra os norte-coreanos os portugueses entraram a querer ganhar, não a querer não perder.
A chuva diluviana da primeira parte, deu lugar a uma chuva de golos na segunda.
A equipa portuguesa dominou totalmente o jogo, jogou um futebol bonito, de bola no chão e transições rápidas.
E as alterações promovidas por Queiroz resultaram em cheio.
Se Miguel não deslumbrou, Tiago fez um jogo fantástico (Deco terá muito dificuldade em voltar à equipa), assim como Meireles e Fábio Coentrão.
Estes dois últimos, assim como Bruno Alves, aposto que não voltarão a jogar em Portugal na próxima época.
O puto do Benfica tem um pulmão imenso, uma raça típica dos jogadores nascidos e criados nas Caxinas, centra bem, defende bem.
Jorge Jesus descobriu o diamante e lapidou-o.
Não acredito que o consiga manter, apesar de ambos terem já declarado essa vontade.
O apetite dos "tubarões" será demasiado tentador.
Meireles e Bruno Alves merecem jogar noutro campeonato, fazer o contrato das suas vidas.
O jogo de ontem deu para ver uma dupla terrível (Tiago e Meireles parace que jogam juntos há muitos anos), aquele puto a correr o corredor esquerdo incessantemente, Pedro Mendes a segurar o meio-campo, Eduardo e Ricardo Carvalho a comandarem a defesa, Ronaldo a jogar mais para a equipa (e a marcar um golo anedótico!!), Hugo Almeida a ser o ponta-de-lança peitudo que faltou no jogo contra a Costa do Marfim, Liedson a entrar e a marcar.
Perfeito como nos filmes.
Mas, sublinhado a traço grosso, ontem tudo correu bem.
E isso acontece poucas vezes.
Acredito que a selecção portuguesa seja apurada para os oitavos-de-final (era preciso uma hecatombe para se verificar o contrário), mas é necessário manter a atitude de ontem para se poderem fazer "coisas bonitas", como tanto gostava de dizer Artur Jorge.
 A começar pelo jogo contra o Brasil.

Comentários

  1. Ai, Pedro, vamos ver sexta...
    Melhoras para ti.
    Bjs

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  2. Não acredito numa conjugação de resultados que conduza à eliminação de Portugal.
    Vamos estar nos oi-tavos-de-final, no mata-mata.
    E aí vale tudo e pode acontecer tudo.
    Bjs

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