Uma maioria, um governo e um Presidente. Outra vez?!

Num artigo de opinão, assinado por Elísio Estanque nas páginas do Público, que o Ponto Final reproduz, o autor, a propósito da candidatura presidencial de Fernando Nobre, e das movimentações à sua volta, refere:
"Num quadro em que o PSD avança para uma nova liderança e se prepara para realizar o seu velho sonho (uma maioria, um governo e um Presidente) contando com o auxílio de Cavaco Silva, o PS terá de, a muito curto prazo, tomar uma posição quanto às presidenciais, se quer derrotar a direita."
Acho curioso que se continue a falar nesta velha aspiração do PSD.
Em primeiro lugar porque, seja qual for o líder que o PSD venha a escolher, não acredito que o partido laranja venha, pelo menos nos tempos mais próximos, a ganhar eleições legislativas que se venham a disputar.
As trapalhadas em que Sócrates se vê envolvido parecem não ser razão suficiente para o povo português confiar no PSD.
E a(s) razão(ões) para tão grande desconfiança tem(êm) de ser procurada(s) no interior do partido laranja.
O PSD ganhar eleições legislativas, com maioria absoluta, esse então é um cenário do mais puro delírio.
Mas, o mais importante nem são estes primeiros considerandos.
O mais importante, tantas vezes esquecido, é que o povo português já demonstrou inúmeras vezes que não admite que o poder esteja todo concentrado num dos partidos do "centrão".
E esse cenário não se vai alterar com um novo líder no PSD, a eleição presidencial e umas hipotéticas eleições legislativas antecipadas.
O mais próximo desse idílico cenário que Portugal experimentou foi o governo Guterres, na presidência Sampaio, e deu maus resultados.
Acabou a cheirar a queijo.
E o odor ainda permanece bem vivo na memória do povo português.
Insistir no sonho de Sá Carneiro, é hoje pura perda de tempo e um imenso disparate.
Muito maior quando se coloca o actual PSD no centro deste cenário.
Alguém seriamente acredita que a eleição de um novo líder no PSD resulte numa alteração total do paradigma de votação que se mantém em Portugal desde 1974?



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