Porto sentido
O Porto terá garantido ontem a presença na final da Taça de Portugal ao ganhar por 3-1 ao Rio Ave na primeira mão das meias-finais em jogo realizado no Estádio dos Arcos em Vila do Conde.
A viver um período muito complicado, os portistas responderam de forma muito positiva à ressaca da derrota com o Benfica na final da Taça da Liga, à lesão de Rodriguez, a qual, somada às já conhecidas, deixou a equipa sem extremos.
Esse facto, pensou-se, obrigaria Jesualdo Ferreira a abdicar do seu inflexível 4-3-3.
Não foi bem assim.
A equipa do Porto apareceu formatada num 4-3-3, flexível (a novidade), porque se tranformava num 4-1-4-1.
Uma defesa clássica, com Fucile a reaparecer no lado direito, mas ainda a acusar alguma tremideira depois do descalabro em Londres.
Um meio-campo com Guarin colocado do lado direito, Fernado mais a meio e Meireles no centro-esquerda.
Bellushi encostado à direita, Falcao como referência de área, e Ruben Micael (fez um jogão e esteve nos três golos) encostado à esquerda, na frente atacante.
Este desenho mudava, sobretudo quando o Rio Ave tinha a posse de bola, para a mesma defesa clássica, Fernando logo à frente, Bellushi a recuar, mantendo-se colado no lado direito, Guarin a fechar mais ao meio, Meireles a ajudar, Ruben a fazer o mesmo que fazia Bellushi, mas no lado contrário.
Falcão mantinha-se em intenso trabalho lá na frente.
Deu frutos.
Guarin parecia outro jogador (recuperou bolas, soube entregar e marcou); Meireles, com o apoio de Guarin, e com Ruben logo à frente, cresceu imenso (também marcou); Fernando foi o habitual pêndulo, apesar da precária condição física; Ruben fez um jogão (marcou e assistiu); Falcao foi o que tem sido toda a época - trabalhador, esforçado, incómodo.
O Porto ganhou, sentiu as críticas, sentiu as notícias positivas que vieram do Conselho de Justiça, e terá assegurado a presença na final da Taça de Portugal, troféu que tem a obrigação de ganhar.
Finalmente, um Porto sentido, que andava arredio desde o jogo com o Braga.
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