Vitória retumbante de Pedro Passos Coelho

O antigo líder da JSD, que já se previa sair vencedor das eleições internas, teve um resultado excelente.
Mais de 60% dos votos, vitória em todas as distritais, nos Açores, nos círculos da Europa e de fora da Europa.
A excepção foi a Madeira que deu a vitória a Paulo Rangel.
Uma vitória inequívoca, que não dá azo a grandes discussões, e que poderá definitivamente unir o partido.
E, simultaneamente, uma demonstração clara que os sociais democratas estavam cansados da liderança de Manuela Ferreira Leite.
A antiga líder sai com a imagem totalmente descredibilizada, com os dois candidatos que se posicionavam na sua proximidade política claramente derrotados, e deixa uma herança pesada ao partido.
Como poderá o PSD gerir a "sui generis" situação de ter um líder que não tem assento no Parlamento?
E como poderá Passos Coelho mostrar-se aos portugueses, e combater Sócrates, se está afastado da
arena onde essas acções devem ser levadas a cabo e têm mais impacto?
Uma teimosia de Manuela Ferreira Leite, pela qual a ex-líder pagou caro, mas que também tem um alto preço para o partido.
Será fácil perceber que Paulo Rangel se vai afastar da cena política, pelo menos no imediato, indo ocupar tranquilamente o seu lugar no Parlamento Europeu.
José Pedro Aguiar-Branco, pelo teor das declarações de Passos Coelho, e  do próprio Aguiar-Branco, terá um papel a desempenhar neste PSD liderado por Passos Coelho.
Manter-se-à como líder parlamentar?
Com Passos Coelho, e alguns dos seus apoiantes mais próximos (Miguel Relvas), fora do Parlamento, não surprenderia que Aguiar-Branco mantivesse a actual posição.
Seria até um sinal muito forte, para dentro do partido, de que Passos Coelho pretende unir o PSD agora que a batalha eleitoral chegou ao fim.
Essa união é necessária e é viável.
E seria muito mais complicada de conseguir se o PSD tivesse optado por eleger Paulo Rangel ou Aguiar-Branco atenta a crispação que existe entre ambos.
Vitória retumbante de Passos Coelho, uma nova era e uma nova esperança dentro do PSD, o partido a querer projectar uma imagem renovada, rejuvenescida, fresca, com a vitória de Passos Coelho, mas também com a derrota e o previsível ocaso de rostos que realmente já cansam, já estão cansados, e transportam uma imagem de pouca ou nenhuma mobilização e de continuada derrota.

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