A reconstrução da Madeira na primeira pessoa

Transcrevo uma mensagem recebida por mail do meu amigo Nico, que já antes aqui citei.
Agora acerca dos trabalhos de reconstrução da sua Madeira.

Pedro, há dias pedi a um amigo uma apreciação objectiva da recuperação e dos danos na Madeira. Recuperação estética 6 meses, recuperação do Funchal 1 ano, recuperação da Ribeira Brava 2 - 3 anos!

Mas num parêntesis ele chamou a atenção para as dúvidas quanto aos danos profundos em povoações de zonas altas.

Podem ainda pagar caro nos próximos anos. Não se trata de só de novas construções, mas mesmo das mais antigas, que nós madeirenses apostávamos que nos iriam salvar um dia do dilúvio. Acumulou-se muita água. Este aspecto não é fácil de gerir. Não se trata aí de reconstrução. Trata-se da consciência súbita da insegurança.

Lembro-me de quando fazíamos, há 30 anos, passeios por essas zonas - Camacha, Santo, Caniço de Cima, etc. Aquelas povoações pareciam o que havia de mais seguro. E quem vê de fora não sabe onde é que os danos estão. As pessoas vão vendo aos poucos surgir fendas. Esperemos que não chova tanto nos próximos meses. Pois aí a coisa será mesmo má.

Este aspecto terá de ser gerido à medida que as coisas forem aparecendo. É impossível mudar tudo de uma vez. Por onde começar?

Para já a funcionalidade do centro - Funchal - é nuclear.

Os jogos políticos não param, as Cassandras aparecem, é possível que apareça também uma mitologia da reconstrução, mas há mesmo aspectos que não são possíveis de gerir.

Já tenho saudades de lá ir, mas parece que a família vem cá na Páscoa visitar meu pai.

Um abraço para ti Nico, e, através de ti, para a população da Madeira.

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