Candidato a quê?

Jorge Castanheira Barros formalizou a sua candidatura à liderança do PSD.
Mas fê-lo de modo assaz curioso.
Desde logo, porque afirma que é candidato à liderança do partido, mas não é candidato a primeiro-ministro.
Não há lugar à realização de eleições legislativas no horizonte?
Em princípio não, mas, mesmo assim, é algo bizarro um candidato à liderança do PSD afirmar que não é candidato a primeiro-ministro.
Se houver eleições, e olhe que pode haver eleições antecipadas!, Castanheira Barros, na hipótese meramente académica de ganhar o partido, o que é que faria?
Propunha um dos outros candidatos para exercer funções governativas?
Isso é plágio, meu caro Castanheira Barros.
Essa era a "mensagem" do Manuel João Vieira quando se candidatou à presidência da República - "prometo que só desisto se for eleito".
Depois, o discurso que proferiu quando formalizou a sua candidatura é uma pérola que não resisto a citar:
"Eu sou o candidato não dos que têm lugar cativo na bancada central, como acontece com os três outros concorrentes, mas sim dos que vão para a geral, ou também dos que vão para a bancada mas não têm lugar cativo e ainda daqueles que nem sequer são autorizados a entrar no estádio, portanto eu serei o candidato de todos os sociais democratas e comigo não haverá militantes marginalizados".
Um candidato que abandona o politiquês em favor do futebolês, portanto.
Uma dúvida - com este discurso está a candidatar-se a líder do PSD ou do clube de futebol da terra?
Quer dizer, e se percebi bem, se for eleito também não vai para a bancada central, nem para o camarote presidencial, vai para a geral, ou até admite ficar à porta.
Estou baralhado.
Se se candidata a líder, mas não a primeiro-ministro; se admite que não vai ocupar um lugar de destaque, antes vai ficar junto aos restantes militantes, ou mesmo à porta; candidata-se exactamente a quê?
E para quê?

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