O pateta e o patego

Há já alguns anos, n' A Causa das Coisas, Miguel Esteves Cardoso afirmava que os portugueses adoravam ter um pateta em São Bento e um patego em Belém.
Está bem, na altura Belém tinha como inquilino um sujeito de apelido Eanes, e isso poderia, de alguma forma, ajudar a legitimar a teoria de Miguel Esteves Cardoso.
Mas não eram os nomes que estavam em causa.
Era o que já vi catalogado como perfil caracteriológico (é boa, não é?).
O Miguel Esteves Cardoso aburguesou, está obeso e acomodado.
Os tempos são outros, mas será que a teoria do pateta e do patego não faz sentido nos dias de hoje?
Vem esta pergunta a propósito da celeuma das escutas telefónicas.
A campanha eleitoral em Portugal foi farta em fait divers, algo a que já estamos habituados.
Este é o último (já não deve haver tempo para mais....).
Voltando atrás, se a teoria do Esteves Cardoso ainda tem aplicação, apetece-me perguntar para que raio quererá o pateta escutar o patego?
Na América de Clinton até percebo que se quisesse escutar o que se passava na Sala Oval porque aquilo era realmente animado.....
Em Belém? Com o Cavaco?
Para quê?!
Se há escutas, deve sair dali um enorme bocejo.
E, como sempre nestas coisas, lá se escolhe um cordeirinho para imolar.
Desta vez foi Fernando Lima.
Mas a função do homem não era precisamente largar umas biscas para os jornais?
Então é despedido por ser competente no que faz?
Cada vez percebo menos a política à portuguesa.
E vem-me à memória a figura do emigrante, criada pelo Jô Soares, porque me apetece dizer a estes senhores o que ele dizia à sua Madalena - "Você não quer que eu volte"!!

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