O processo de alteração legislativa mais bizarro que já vi (intuição científica?)

O processo de revisão da lei de imprensa que o GCS está a promover é, para ser simpático, bizarro.

Desde logo, porque não se sabe se realmente é necessário alterar a lei em vigor.

Como tal, é adjudicada a realização de um estudo a uma instituição académica.

Estudo que é levado a cabo por quem não tem um mínimo de conhecimentos (técnicos e do terreno) na área.

E as conclusões(??) são algo do género - não concluímos coisa nenhuma.

Mas está aqui a legislação em vigor noutros países e regiões.

As perguntas essenciais - é necessário alterar a lei? Se sim, em que sentido? - ficam sem resposta.

E volta-se ao início.

Que é a intuição que deve ser necessário alterar a lei porque esta já tem mais de 20 anos de vigência.

Uma "intuição científica"?

E a dar a sensação de espírito de Ano Novo Lunar um pouco tardio (atira-se fora o velho para deixar entrar o novo).

Com base nesta "intuição científica", dá-se início ao processo de possível alteração.

Com um inquérito e análise acerca do que pensa a opinião pública sobre a mesma.

Inquérito e análise que serão realizados por uma entidade que será escolhida mediante concurso público.

Ou seja, novamente por pessoas que desconhecem em absoluto a matéria em causa.

Com base nos resultados obtidos, será então tomada uma decisão.

Se essa decisão for no sentido de se promover uma alteração legislativa (de certeza que será que a malta adora alterar), vai ser elaborada uma proposta de lei.

Que será submetida a consulta pública.

Depois desta, será então elaborada a lei.

Que será submetida a análise e aprovação do Conselho Executivo e da Assembleia Legislativa.

Um processo burocrático e moroso, portanto.

Para além de dispendioso.

 "En passant", já repararam que já escrevi imenso e ainda não consta no post uma única referência a profissionais da comunicação social, a jornalistas?

Não é estranho?