Já passou um ano!


Foi tudo tão rápido, o barulho ensurdecedor, que quase não se notou que já passou um ano desde que Barack Obama foi eleito Presidente dos Estados Unidos.
A aura do Presidente americano tem sofrido umas beliscadelas recentemente, e a  eleição de governadores estaduais da área do Partido Republicano (o mais mediático e controverso, o célebre  e "independente" Governador de Nova Iorque Michael Bloomberg) são disso um sinal claro.

Ainda no plano interno, a luta que mantém para reformar o sistema de saúde, a recuperação económica que tarda, a necessidade de envio de mais tropas para a frente militar no Afeganistão, para mais com um governo eleito de forma tão ostensivamente fraudulenta,  estão a chamuscar a imagem idílica que Obama transportou para uma América e um Mundo fartos das trapalhadas de George W. Bush.

Na política externa, o franzir de sobrolhos acentua-se à medida que não se vêm quaisquer resultados no sentido de travar a deriva nuclear dos párias Irão e Coreia do Norte e que os atoleiros Iraque e Afeganistão se revelam cada vez mais problemáticos.

Abu Grahib ainda não foi fechado, e, mesmo alguns dos mais ferverosos apoiantes de Obama, começam a manifestar sinais de preocupação.

Sobra Mário Soares, que esse não perde o encantamento.

No meio de todo o turbilhão noticioso, surgiu esse fenómeno de politização do Prémio Nobel, que levou Obama a receber o Nobel da Paz sem que nada tenha objectivamente feito para o merecer.
Um prémio à esperança.
No balanço do ano que passou, há que reconhecer o capital de esperança que Obama transporta, o seu carisma, a sua inteligência, os seus dotes de oratória, a sua capacidade de mobilização, a sua simplicidade e decência, o seu carácter, a sua simpatia.
E, obviamente, a alteração do paradigma político da nação mais poderosa do Mundo.
Mas também é necessário reconhecer que se exigiu demais ao mediático Presidente americano.
Obama não vai, sozinho, resolver os problemas que o Mundo enfrenta.
O que se lhe pode pedir, e tem cumprido, é que ajude a resolvê-los.

Sobretudo que não os agrave como fez o seu antecessor.
A novidade e o choque, no bom sentido, esses são efémeros.
Um ano depois, estão já claramente atenuados.

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