O Irão como exemplo, senhor Comissário??!!


Ontem à tarde, enquanto apresentava na Assembleia Legislativa a nova lei orgânica do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC), Vasco Fong demonstrou que, se a sua competência técnica para dirigir aquele organismo não está em causa, o seu tacto político deixa muito a desejar.
Apontar o Irão, esse paradigma de liberdade, democracia e respeito pelos direitos humanos, como exemplo de um dos locais onde se misturam num mesmo organismo as competências de combate à corrupção e de provedoria de justiça, é dar (mais) uma forte razão às inúmeras vozes que se levantam para pedir a separação daquelas competências para que continuem o seu combate nesse sentido.
Precisamente o contrário do que pretendia Vasco Fong, que apresentou este exemplo como um argumento válido para justificar a manutenção da actual situação.
O Irão, senhor Comissário?!

Comentários

  1. Algumas pessoas se julgam os inspirados da ordem única e social. Na prática enfermam dos mesmos erros e falácias.
    Enganam-se e obrigam os outros a terem de ver e de cumprir pelos mesmos métodos.
    Parece-me que nestas situações só os poderosos poderiam pensar e impor aos outros as suas regras, tantas vezes distorcidas pelas conveniências........
    A justiça social não se pode limitar nem vê-la apenas no ângulo por eles apontado.

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  2. Luís,
    O Comissário falou no Irão e na Coreia.
    Ninguém lhe perguntou a que Coreia se referia.
    E eu até tenho medo de perguntar.
    Apresentar o Irão como um exemplo a seguir já é suficientemente grave.
    Um abraço

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  3. Pedro
    Revoltante!!!
    Deixo o meu abraço neste dia da amizade.

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  4. Depois de ouvir o nosso D. Duarte dizer que o presidente da Síria era uma pessoa muito bem intencionada, já nada me espanta, Pedro!
    CBO

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  5. Adélia,
    E este tipo é o Comissário Contra a Corrupção.
    Tenham medo, tenham muito medo.
    Aposto que ele nunca esteve no Irão.
    Seria boa ideia perguntar a gente de Macau que já lá esteve (a minha mulher e outros colegas estiveram lá a dar formação) para ficar a saber o que é o Irão e o que é que resulta desta promiscuidade entre provedoria de justiça e combate à corrupção.
    Abraço (já no dia seguinte ao dia da amizade)

    Carlos,
    Ainda me conseguem surpreender.
    E assustar.
    O CCAC está debaixo da alçada do Chefe do Executivo (primeira perplexidade).
    Depois, além de ter competências no combate à corrupção, envolve a provedoria de justiça.
    Isto é, a Administração investiga e resolve os casos em que os cidadãos se queixam à Administração das irregularidades que esta pratica no dia a dia.
    Isto faz sentido na cabeça de quem???
    Mas no Irão também é assim.
    Já ficamos todos tranquilos.
    Um abraço

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