Balanço (provisório) da participação das equipas portuguesas na Liga Europa e Champions

O balanço (provisório) da participação das equipas portuguesas nas provas europeias é mau.

Num dos casos (Braga) muito mau.

Começando pelo muito mau, não há volta a dar-lhe, o Braga está praticamente eliminado na Liga Europa.

Derrotados, em casa, pelos turcos do Besiktas (0-2), com dois golos sofridos, uma equipa incompreensivelmente nervosa, os bracarenses não deverão ter hipóteses de inverter o rumo da eliminatória na Turquia.

Com os portugueses do Besiktas em grande destaque (estratégia bem montada por Carlos Carvalhal e bem interpretada pelos jogadores, com Manuel Fernandes em grande), a equipa turca, que passa por um período muito complicado (quatro meses, salvo erro, sem receber salários) veio ao Minho dar uma lição de profissionalismo e brio.

E apurou-se para a próxima eliminatória da Liga Europa.

O Braga deixou uma pálida imagem neste jogo.

Resta-lhe tentar apagar essa má imagem e tentar ganhar o jogo em Istambul.

A eliminatória, essa não acredito que ainda a possa ganhar.

Do péssimo, ao mau.

Do Braga, ao Benfica.

No gelo da Rússia, num campo horrível (já lá vamos), o Benfica perdeu o jogo (3-2).

Mas deixou a eliminatória em aberto.

Os dois golos marcados fora, como é óbvio, podem vir a revelar-se essenciais para passar à próxima eliminatória.

Dito isto, não pode escamotear-se o facto de, sob a orientação de Jorge Jesus, o Benfica ainda não ter conseguido atingir, a nível externo, uma maturidade sequer próxima do que exibe a nível interno.

O Zenit é uma boa equipa.

Mas nada de extraordinário (já o tinha referido quando os russos eliminaram o Porto).

Treinados por um italiano, os russos são, acima de tudo, consistentes, duros.

Aquilo que o Benfica não foi.

Depois de estar a ganhar (deixou-se empatar muito depressa), depois de conseguir novamente empatar o jogo a sete minutos do fim, o Benfica não podia consentir um terceiro golo.

Ainda para mais de forma infantil.

Tem razão Jorge Jesus quando afirma que aquele campo não apresenta condições para jogar futebol.

Mas não apresenta para o Benfica, como não apresenta para mais ninguém.

A UEFA, tão ciosa em alguns pormenores sem importância, vai fechando os olhos a situações similares a esta com bastante frequência.

Mas Jorge Jesus, e os jogadores do Benfica, deviam estar preparados para estas condições.

Se não estavam, fizeram mal o trabalho de casa.

E não se podem queixar disso.

Na segunda mão, ainda que sem Aimar (castigado), talvez sem Rodrigo (lesionado depois de entrada duríssima de Bruno Alves), o Benfica tem todas as condições para eliminar este Zenit.

Mas, para que isso se torne realidade, tem que ser mais adulto do que foi ontem.

O Zenit virá jogar para a Luz muito fechado e com a matreirice típica de uma equipa com jogadores e um treinador experientes.

É preciso calma e inteligência para ultrapassar estes obstáculos.

Têm a palavra Jorge Jesus e os jogadores do Benfica.

Com Milan (4-0 ao Arsenal) e Barcelona (3-2 em Leverkusen) já apurados na Liga dos Campeões, esperemos que Sporting (estreia de Sá Pinto na Polónia) e Porto (Manchester City no Dragão) façam bons resultados nos jogos de hoje.