R.I.P. Andy Rooney


Quando aqui dei a conhecer os meus programas televisivos favoritos, um dos que então apontei foi o incomparável "60 minutes".
Quem gosta de jornalismo de investigação, feito por jornalistas de invulgar capacidade e sólida formação, não pode deixar de seguir atentamente, todas as semanas, "60 minutes".
Desde 1978, o toque mais ligeiro era dado por Andrew Aitken "Andy" Rooney.
No final de cada episódio, em crónicas que demoravam cerca de cinco  minutos ("A Few Minutes with Andy Rooney"), lá aparecia o humor ácido de Andy Rooney, aquele velho rezingão, com uma experiência de vida excepcional, que todos nós gostávamos de ter como avô.
Atento a tudo o que se passava  à sua volta, Andy Rooney tinha essa invulgar capacidade de nos deixar um sorriso nos lábios mesmo quando protestava com a maior veemência com tudo e com todos.
Mas tinha também a capacidade de se emocionar, e de nos emocionar, como aconteceu no episódio dedicado à memória de Ed Bradley.
Já de há alguns meses, Andy Rooney vinha a afastar-se progressivamente do programa cuja fama tanto ajudou a consolidar.
Muito recentemente (2 de Outubro), em conversa com Morley Saffer, anunciou que ia retirar-se.
Achei estranho.
Porque Andy Rooney não era homem de se retirar, de se reformar.
Percebo-o agora.
À semelhança dos elefantes, Andy Ronney queria partir sem alarido, no seu cantinho, tranquilamente.
Partiu na sexta-feira, aos 92 anos, depois de uma vida (cheia!!) ligada ao jornalismo.
Vou sentir, muito!!, a falta das suas crónicas.
"60 minutes", mesmo privado de Ed Bradley, Mike Wallace (este reformado) e agora de Andy Rooney, continua a ser excepcional.
Mas nunca mais será igual.
R.I.P. Andy Rooney.

Comentários

  1. Caro amigo,

    a vida tem um principio, um meio e ...um fim!

    Andy Rooney viveu-a de forma esplêndida e tornou certos momentos da vida de que assiste ao "60 Minutes" - onde me incluo - mais, como direi, alegres!!!

    Que descanse em Paz!

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  2. Foi isso mesmo que ele disse ao Morley, Ricardo.
    Que tinha vivido uma vida intensa, cheia.
    Mas eu não percebi, no momento, que ele se estava a despedir de algo mais que o "60 minutes".
    Já tenho saudades dele.
    Aquele abraço

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  3. Pedro
    Não tenho palavras meu amigo.
    Deixo o meu abraço

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  4. Também gostava do 60 minutos. Por cá temos o 30 minutos na RTP, que também não é nada mau.

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  5. FerreirAmigo,
    Acho que somos muitos.
    Era uma companhia imprescindível todas as semanas.

    Adélia,
    O Andy Rooney era um tipo feliz.
    Confirmou-o ao Morley na tal entrevista a que faço referência.
    Que agora está a descansar.
    Um abraço

    Carlos,
    Não conheço o progrma 30 minutos.
    Agora despertou-me a curiosidade.
    Vou procurar.
    Na RTPi, infelizmente, só passam lixo.
    Antigo, popularucho, sem qualidade (aquela coisa que dá de manhã e que é transmitida do Porto, o concurso com o Fernando Mendes, que um amigo meu descrve como o único que consegue ser, simultaneamente, redondo e chato, o nacional cançonetismo, tipo Tony Carreira, .....). Deprimente!!

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