Porto marca três; Sporting ganha à beira do fim

Tudo azul no reino do Dragão - mais uma vitória, um resultado robusto (3-0), uma boa exibição, moral em cima.
Será assim?
Em boa verdade, só parcialmente.
É verdade que o Porto continua a ganhar, a jogar um futebol agradável, a marcar golos, sem sofrer nenhum em jogos oficiais, mas ainda há algumas falhas a corrigir.
Paradoxalmente, numa defesa que ainda não sofreu golos em jogos oficiais, está uma das debilidades, e uma das incertezas que têm de ser corrigidas esta semana.
Com dois jogadores novos relativamente à época passada (Sapunaru e Maicon), a defesa do Porto treme em demasia.
Tem valido o desacerto dos avançados contrários e a inspiração de Helton.
Sapunaru é o jogador que já se conhecia - não se aventura nos movimentos ofensivos, procura a simplicidade de processos a defender.
Muito diferente de Fucile, que continua numa situação indefenida, o qual é, claramente (basta atentar na recepção que teve ontem quando entrou em campo), o preferido dos adeptos do Porto.
Maicon parece muito inseguro, nervoso.
A contratação de Otamendi, que deve ficar confirmada hoje, poderá obviar a esse problema que se detecta no centro da defesa portista.
No meio-campo está realmente a virtude.
Há muitas soluções, muito boas.
Moutinho integrou-se com uma facilidade impressionante, Bellushi parece outro jogador, Fernando continua a ser o mesmo "polvo".
E ainda há Rúben Micael, Souza (excelente jogador) Guarin, Castro.
Haverá Meireles?
As declarações de André Villas-Boas parecem indicar que os interessados, que existem, querem pagar pouco.
E, a pagar pouco, Meireles não sai.
Outra situação a exigir definição esta semana.
Na frente, mora uma terrível "ave de rapina", que se dá tão bem a jogar com dois extremos, como com cinco médios, ou em 4/4/2.
E que tem uma "Bigorna" a obrigar a total concentração (haverá mais algum esta semana?)
Nas faixas, também está mais que na hora de resolver definitivamente a situação do puto James Rodriguez, de perceber se vale a pena manter no plantel Christian Rodriguez, um dos jogadores mais bem pagos, mas que dá a ideia de não ter condições físicas para aguentar ua época inteira, e Mariano.
Pessoalmente, sou de opinião que, com a integração de Ukra e a contratação de James, havendo ainda Hulk e Varela, Rodriguez e Mariano deveriam sair.
Regressando ao jogo de ontem, os dois treinadores mais jovens da Liga proporcionaram um espectáculo agradável, escolheram um futebol positivo.
O porto ganhou, ganhou bem, mas o Beira-Mar tambem mostrou argumentos para fazer uma época interessante.
E volto a André Villas-Boas.
A sua prestação está a ser excelente.
A equipa joga bem, está confiante, André Villas-Boas sabe o que quer, sabe quem quer, sabe promover uma luta saudável dentro do plantel, tem um discurso coerente, confiante, altivo.
Mais, sabe ler o jogo e tomar decisões no momento, alterando por completo o esquema de jogo, com isso ganhando ascendente sobre os adversários e ganhando os jogos.
Foi assim com o Benfica, com a Naval, com o Genk.
Voltou a ser assim ontem com o Beira-Mar.
Não há aqui coincidências.
Basta abandonar os tiques regionalistas completamente despropositados para ser o treinador ideal para o Porto nesta altura.
Apesar de ser um menino de 32 anos.
Em Alvalade, finalmente, escutou-se um enorme suspiro.
O Sporting ganhou (1-0) a um Marítimo em profunda crise (Van der Gaag, que estava para sair na época passada, e que deverá sair muito proximamente, reconheceu-o no final do jogo), mas voltou a mostrar debilidades indisfarçáveis, um cinzentismo confrangedor, uma tremideira incompreensível.
O golo de Matias Fernandez (tarda em confirmar o estatuto que transportava quando foi contratado), marcado ao minuto 90, na conversão de uma grande penalidade, não pode fazer esquecer todos os problemas que facilmente se detectam.
Paulo Sérgio continua a testar jogadores, a testar sistemas (ontem jogou num 4/3/3 sem extremos...), não transmite confiança à equipa  e aos adeptos.
O meio-campo do Sporting nem é criativo nem recupera bem a bola; a defesa ressente-se desse facto; na frente, Paulo Sérgio hesita entre um trio para o qual não tem extremos (e que desagrada a Liedson), e uma dupla, que ainda não sabe muito bem como deve ser formada (Liedson e ......??? Primeiro foi Postiga, também já se tentou Saleiro, Djaló. Onde pára Pongolle?).
A vitória, sofrida, de ontem, não pode escamotear tão claras debilidades e hesitações.
Quando já se percebeu que a equipa só vai ter que se preocupar com as provas internas, os responsáveis do Sporting têm uma semana para encontrar soluções se querem ser realmente competitivos e discutir os títulos a nível interno.
Com esta equipa, este técnico, este estado de espírito, são candidatos a conseguir uma classificação que garanta a presença numa competição europeia.
Muito pouco, convenhamos.

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