No dia em que o Sporting atropelou o Brondby, o Porto cumpriu e o Marítimo desiludiu

Das equipas portuguesas presentes na pré-eliminatória da Liga Europa, duas apuraram-se para a fase de grupos (Porto e Sporting), uma ficou pelo caminho (Marítimo).
O grande destaque da noite europeia de ontem tem de ir para o apuramento do Sporting.
Uma semana depois de aqui ter escrito cobras e lagartos (tinha que ser!!) acerca da equipa do Sporting, do seu treinador, dos seus dirigentes, da maioria dos seus jogadores, os "leões, quiçá revoltados pelo que leram aqui no Devaneios..., deslocam-se à Dinamarca, atropelam a equipa do Brondby, goleiam (3-0), e apuram-se para a fase de grupos da Liga Europa.
Pelo caminho, exorcizam alguns fantasmas e somam pontos muito necessários a Portugal no ranking da UEFA.
O Sporting jogou com muita alma, muita crença, com atitude, com segurança.
Defendeu bem e foi eficaz na zona de finalização.
Em suma, foi tudo o que não tem sido.
Para tal, muito terá contribuído o facto de Paulo Sérgio se ter decidido (de uma vez por todas??) acerca do sistema a adoptar neste Sporting (obviamente um 4/4/2!!), e dos melhores jogadores para interpretar esse esquema.
Na ausência de João Pereira (lesão), Abel regressou ao lado direito de uma defesa que cresce com Carriço e Nuno André Coelho (é central, não é número "6"!) no centro, e com Evaldo (grande jogo!) na esquerda.
No meio, junta-se a juventude e irreverência de André Santos à experiência e matreirice de Maniche, dão-se as laterais a Djaló e Vukcevic, e o meio-campo funciona.
Parece simples, não é?
Depois é só escolher dois pontas-de-lança (Liedson e outro, que ontem foi Postiga).
Foi precisa alguma sorte, grandes intervenções de Rui Patrício, um golo mesmo no final, mas tudo isso faz parte do jogo.
O Sporting passou à fase de grupos porque é melhor que o Brondby, fez história ao virar fora uma eliminatória que tinha começado a perder em casa, e por dois golos, algo que nunca tinha acontecido antes.
Vamos ver se é para ter continuidade.
O Porto cumpriu.
Brilhante, no jogo de ontem, apenas Hulk.
O brasileiro, a viver um turbilhão de emoções (profunda tristeza pela tragédia familiar que o afectou; imensa felicidade pela chamada à selecção brasileira), foi terrível.
Marcou três golos (o primeiro hat-trick ao serviço do Porto), falhou um penálti, criou jogo, correu quilómetros, jogou com raiva.
No restante, uma vitória normal (4-2), frente a uma equipa fraquinha, mas com alguns reparos a necessitarem de ser realçados.
A defesa portista está a precisar de uma injecção de qualidade.
Será  Otamendi a solução para esse problema?
Fica a dúvida.
Outra dúvida para esclarecer é a bizarra situação de Fucile.
Fica, ou sai?
Sem Helton , a equipa tremeu e sofreu os primeiros golos em jogos oficiais.
Beto não tem a mesma voz de comando, não transmite a mesma confiança.
Numa defesa que sofre de tremideira....
No meio está mesmo a virtude.
Souza confirma-se com um grande jogador, uma excelente aquisição.
Ruben Micael ainda está longe da melhor forma, mas as qualidades estão lá todas.
Moutinho é aquele pêndulo que nos habituou no Sporting.
Não brilha, mas é útil e eficaz.
Fernando é enorme (mereceu o golo que marcou) e Castro promete.
E ainda há Bellushi e Guarin.
Haverá Meireles?
Na próxima semana já se sabe.
Com bastantes soluções para as duas pontas do campo, poderá faltar um outro ponta-de-lança.
E, insisto, Rodriguez e Mariano poderiam perfeitamente sair.
Ainda assim, óbvio destaque para o facto de o Porto ter ganho todos os jogos oficiais até agora disputados, incluindo a Supertaça e esta pré-eliminatória, e para as intervenções decisivas de André Villas-Boas (ontem, uma vez mais, virou o jogo após o intervalo).
Muito má, é como se pode classificar a carreira do Marítimo neste início de época.
A equipa está descrente, apática, os própios adeptos não acreditam, falta ali qualidade, liderança.
Quando, do outro lado, está uma equipa experiente, tudo se complica.
Nada surpreendente, assim, a derrota ontem nos Barreiros com o Bate Borisov (1-2).
Somada aos 3-0 do primeiro jogo, uma prestação muito, muito pobre dos madeirenses nesta Liga Europa.
É tempo de concentrar atenções na Liga, prova na qual os maritimistas também têm desiludido.

No sorteio de hoje, Porto e Sporting são cabeças-de-série, estatuto que lhes permite evitar At. Madrid, Liverpool, Sevilha, Villarreal, CSKA Moscovo, PSV Eindhoven, Zenit St. Petersburgo, Juventus, Estugarda e AZ Alkmaar.

A composição dos potes é a seguinte:

Pote 1

Atlético Madrid (Esp)

Liverpool (Ing)

Sevilha (Esp)

FC Porto (Por)

Villarreal (Esp)

CSKA Moscovo (Rus)

PSV Eindhoven (Hol)

Zenit St. Petersburgo (Rus)

Juventus (Ita)

Sporting (Por)

Estugarda (Ale)

AZ Alkmaar (Hol)
 
Pote 2

Steaua Bucareste (Rom)

Lille (Fra)

Dinamo Kiev (Ucr)

Anderlecht (Bel)

Bayer Leverkusen (Ale)

Paris Saint-Germain (Fra)

Club Brugge (Bel)

Palermo (Ita)

Getafe (Esp)

Besiktas (Tur)

Manchester City (Ing)

Sampdoria (Ita)
 
Pote 3

Sparta Praga (Che)

AEK Atenas (Gre)

Metalist Kharkiv (Ucr)

Levski Sofia (Bul)

Rosenborg (Nor)

FC Salzburgo (Aut)

CSKA Sofia (Bul)

Odense (Din)

Nápoles (Ita)

Borussia Dortmund (Ale)

Dínamo Zagreb (Cro)

BATE Borisov (Blr)

Pote 4

Aris Salónica (Gre)

Rapid Viena (Aut)

PAOK Salónica (Gre)

Lech Poznan (Pol)

Karpaty Lviv (Ucr)

Young Boys Sui

FC Utrecht (Hol)

AA Gent (Bel)

Lausanne (Sui)

Sheriff Tiraspol (Mol)

Debrecen (Hun)

Hajduk Split (Cro)

Analisando esta composição já conhecida, no caminho das equipas portuguesas podem estar alguns nomes sonantes do futebol europeu, casos do Bayer Leverkusen, Dínamo Kiev, Manchester City, Borussia Dortmund e Sampdoria.
Hoje já ficaremos a saber.

Comentários

  1. Caro Pedro, estive no Dragão a ver o jogo e não posso deixar de fazer um pequeno reparo à tua observação. O Hulk fez um bom jogo, dinamiza a equipa, faz correr, mas não diria que foi brilhante. Poderá vir a ser, mas o Villas-Boas tem muito que trabalhar com ele - na primeira parte, por mais do que uma vez o individualismo dele deitou tudo a perder, quando tinha opções excelentes de passe em frente à baliza. Prefiro o que dizes do Moutinho, "não brilha [?], mas é [muito] útil e [super] eficaz". Uma última palavra para Souza - para quem acabou de chegar da América do Sul, e sabemos que nem todos se adaptam bem à primeira – não engana ninguém: é um grande jogador; e, finalmente, o Falcao é sem dúvida um dos grandes pontas-de-lança do futebol mundial (visto no estádio, as suas movimentações demonstram outra abrangência que não se nota na televisão).

    Uma equipa que fez lembrar um pouco o Barcelona, com muita troca de bola e a querer dominar o meio-campo para finalizações de morte! E nisso o Falcao é insuperável [rezemos para que não se lesione].

    NOTA: Quando cá vieres temos que ir ver um jogo no Dragão!

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  2. Esperemos que seja possível Luís.
    Quando aí vou ando sempre numa correria.
    O meu pai foi operado muito recentemente, e quero ir aí para estar um bocado com ele, com a minha mãe e a minha irmã.
    Vamosver.
    Mas lá que gostava, lá isso gostava.
    Um abraço

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