O dia em que os "estudantes" chumbaram os "professores"
No final do Torneio do Guadiana, Jorge Jesus, contagiado pela onda de euforia que se tinha criado à volta da equipa do Benfica, falava numa equipa "imparável"(sic).
O treinador do Benfica, que até tinha revelado algum bom-senso durante toda a época passada, escolheu o pior momento para produzir estas declarações inflamadas.
Desde então, três jogos e outras tantas derrotas.
A última das quais, ontem, no primeiro jogo da Liga, em pleno Estádio da Luz, com a Académica como adversário.
O Benfica era uma equipa excepcional e passou a ser uma equipa banal?
Obviamente que não.
Nem nunca foi uma equipa excepcional (quem acreditou nisso era tonto), nem passou a ser uma equipa banal.
Continua a ser uma boa equipa, que perdeu jogadores fundamentais na sua estrutura, que procura adaptar-se a esse facto, que procura outras soluções, inclusivamente no mercado.
No jogo de ontem, perante uma Académica muito personalizada, numa estratégia bem montada por Jorge Costa, o futebol do Benfica emperrou.
Como tinha emperrado no jogo da Supertaça.
Sem Di María, o jogo do Benfica não se alarga para as alas.
Coentrão vai tentando (Jorge Jesus devolveu-o à posição onde rende mais, onde tem mais espaço para correr), mas é o único.
César Peixoto não é solução.
Aimar, Saviola e Cardozo, sem alas, ocupam um espaço muito reduzido e muito semelhante.
Sem largura, sem poder de explosão, o futebol do Benfica torna-se previsível e estas três unidades são facilmente anuladas.
A jogar contra dez unidades durante quarenta minutos, o Benfica não conseguiu furar a teia montada por Jorge Costa (só Jorge Jesus é que viu o tal massacre de que falou no final), não encontrou soluções porque o banco também parece "curto" e Jorge Jesus demorou a reagir.
E a Académica teve sorte.
Aquele golaço de Laionel, pleno de intencionalidade, não acontece com frequência.
Mais a mais, mesmo no final do jogo, não dando tempo ao Benfica para reagir.
Uma vitória feliz, mas merecida, de uma Académica que estudou bem a lição, perante uma equipa que ainda está à procura das melhores soluções para colmatar as saídas de elementos nucleares.
E que não é o fenómeno que a comunicação social andava a vender.
Curiosamente, a mesma comunicação social que agora vem "depenar a águia".
Euforia e depressão, como tantas vezes aconteceu antes.
Nos outros jogos do dia, o Nacional conseguiu três pontos preciosos ao ganhar (1-0) em Vila do Conde, enquanto Beira-Mar e União de Leiria empatavam em Aveiro.
Falta jogar hoje o Olhanense- Guimarães.
Uma primeira jornada com algumas surpresas, a deixar antever uma Liga muito disputada.
Há pelo menos 10 anos que o Benfica é declarado campeão na pré-época, por obra e graça da imprensa desportiva.
ResponderEliminarTambém não é de estranhar a derrota de ontem. Normalmente, o Benfica não vence na primeira jornada.
Eu percebo que o Benfica "venda bem", Carlos.
ResponderEliminarMas, quer os benfiquistas, quer a imprensa, exageram.
E desrespeitam os outros.
Depois dá nisto.
Abraço