Como se esperava, uma final entre duas equipas portuguesas!!

Como se esperava, e desejava, a Liga Europa vai ter uma final entre duas equipas portuguesas.

Os resultados de ontem ditaram uma final entre Porto e Braga.

Em Dublin, pela primeira vez na História, duas equipas portuguesas encontram-se na final de uma competição europeia.

Portugal que confirmou o primeiro lugar no ranking da UEFA este ano.

Brilhante!!

A nota de grande destaque da noite de ontem tem de ir, inteirinha, para o Sporting de Braga.  

O Braga, que perdeu vários jogadores no início e durante a época, que se debateu constantemente com lesões e castigos, que tem um orçamento ridículo quando comparado com outros gigantes que lhe apareceram pelo caminho (Sevilha, Arsenal, Liverpool, Benfica), foi um gigante nesta Liga Europa.

E chega à final.

Fruto de muito trabalho, muita competência, humildade, sacrifício.

E alguma sorte, que a sorte é sempre necessária.

Exactamente o que se viu ontem no AXA.

O Braga acreditou, porfiou, teve alguma sorte.

Ganhou por 1-0, golo de Custódio, ele que até era provável que não jogasse se Vandinho não estivesse castigado.

E ganhou porque, do outro lado, esteve um Benfica sôfrego, cansado, sem personalidade, sem classe e sem alternativas.

Não sei o que vai acontecer no defeso.

Mas a época do Benfica tem de ser considerada um fiasco.

Talvez tenham sido criadas expectativas demasiado altas à volta desta equipa.

Mas, não há como fugir à realidade.

O Benfica partiu com a ambição de ganhar tudo.

E investiu muito (nalguns casos muito mal) para o conseguir.

Acaba com uma Taça da Liga e um segundo lugar da Liga Zon Sagres.

Prémios de consolação que pouco, ou nada, consolam.

O Braga, com um início de época atribulado, termina com uma presença numa final europeia e a discutir o terceiro lugar na Liga Zon Sagres.

Em Dublin, o Porto é favorito.

Tal como o eram o Sevilha, o Arsenal, o Liverpool, o Benfica....

Porto que perdeu (3-2) o primeiro jogo fora do Dragão nesta época.

No El Madrigal, cheio e entusiasta, o Porto controlou o jogo, o adversário, a eliminatória.

E procurou gerir o desgaste físico e disciplinar dos jogadores.

As lesões do "Cebola" e de Fernando são os aspectos negativos nessas intenções.

O Villareal "entrou com tudo", e com o estádio a apoiar, mas o Porto foi controlando as investidas dos espanhóis.

Um controlo que passou muito pela tranquilidade e classe de Helton.

Mesmo quando o Villareal marcou, o Porto não se enervou, não perdeu a sua identidade.

E acabou a primeira parte a marcar (Hulk, com a bola a tabelar num defesa).

Para acabar com as dúvidas, a segunda parte abre com o golo de Falcao.

O golo que virava o resultado e que tornava o colombiano o melhor marcador de sempre numa época em provas europeias (16 golos, 17 se se contar com a pré-eliminatória).

E também o melhor marcador do Porto em provas europeias.

A gestão acentuou-se, o Villareal sentiu-se ferido no orgulho, partiu para cima do Porto e acabou por, com toda a justiça, ganhar o jogo.

Mas ficou longe de virar a elimatória.

Uma eliminatória com muitos golos (11 - 7/4) e com duas grandes equipas.

Ainda assim, com um Porto claramente superior.

Aos portistas, falta agora concluir a Liga Zon Sagres sem derrotas, com o maior número de pontos alguma vez conquistados, com os dois melhores marcadores da prova, com a melhor série de vitórias consecutivas.

E depois tentar conquistar a Taça de Portugal (contra o Guimarães no Jamor) e a Liga Europa (contra o Braga em Dublin).

Uma época que pode ser fenomenal.