Porto segue carreira impressionante. Sporting com o terceiro lugar em perigo. Benfica, com muitas alterações, ganha.

Já campeão, em dia de festa e consagração, o FC Porto conseguiu três feitos notáveis: chegou aos 77 pontos e bateu o recorde de pontos num campeonato com 16 equipas - ultrapassando os 76 pontos conquistados na época passada pelo Benfica -, chegou às 15 vitórias consecutivas, igualando o recorde de António Oliveira de 1996/97, e conseguiu na mesma época derrotar todos os adversários. 

Começa a ser complicado encontrar adjectivos para classificar a prestação do Porto.

Se os dados adiantados acima são notáveis, há que lhes acrescentar mais alguns para dar uma ideia do que é este fenómeno FC Porto de André Villas-Boas (também ele um fenómeno):

Os 64 golos marcados (22 por Hulk e 14 por Falcao) contra os 13 sofridos na Liga;

A prestação na Liga Europa;

O facto de já ter sido utilizado todo o plantel nas várias provas sem quebras de rendimento;

A soma de talentos incríveis que se juntam nesta equipa do Porto, com óbvio destaque para Hulk e Falcao.

Assim até parece fácil conseguir este percurso impressionante.

Que teve ontem mais um capítulo.

O Porto dominou o Sporting, mesmo algo relaxado e em clima de festa, porque é infinitamente superior.

A diferença miníma é lisonjeira para uma equipa do Sporting que só encontra talento em dois meninos (o que é feito de Diogo Salomão?) - André Santos e Rui Patrício.

O jovem guarda-redes do Sporting assinou uma exibição brutal e evitou que a sua equipa fosse goleada.

Valdés e Matiás Fernández são bons jogadores, têm talento, mas não são desiquilibradores natos.

Apenas de quando em vez.

Já a defesa do Sporting é mesmo muito má.

Torsiglieri, Polga e Evaldo são mesmo muito fraquinhos.

E lá têm os meninos, que deveriam ter tempo e espaço para crescer, que segurar as pontas.

Este Sporting é um pesadelo.

Que, se o Braga ganhar hoje na Madeira, nem o terceiro lugar conseguirá.

Se o Braga não ganhar, fica tudo para decidir na "Pedreira" no jogo entre as duas equipas.

O Porto (não sou de falsas modéstias) é uma das melhores equipas europeias da actualidade.

É imbatível?

Claro que não.

Mas não é fácil ganhar a uma equipa que tem jogadores fantásticos, alternativas em grande quantidade e de grande qualidade, um treinador com um talento invulgar.

A questão que permanece é saber quais são os limites para essa equipa.

O Benfica, claramente a pensar no jogo de quarta-feira, venceu o Beira-Mar e assegurou matematicamente o segundo lugar.

Jorge Jesus mexeu novamente na equipa, fez alterações profundas, mostrou que está a concentrar-se no jogo de quarta-feira.

E, mais à frente, na Liga Europa e na final da Taça da Liga.

Ainda assim, o Benfica regressou às vitórias (vinha de duas derrotas), rodou jogadores, fez descansar outros.

Tudo perante um Beira-Mar bastante tranquilo na tabela classificativa.

Assegurado o segundo lugar na Liga, o Benfica concentra atenções nos diversos troféus em disputa (Taça de Portugal, Liga Europa, Taça da Liga).

Nos restantes jogos, destaque negativo para mais uma derrota caseira da União de Leiria (0-1 frente ao Portimonense).

E para a derrota da Naval em Vila do Conde (1-0) que terá condenado definitivamente os figueirenses a descer de divisão.

O Guimarães ganhou terreno na luta pelos lugares europeus (o objectivo é um dos primeiros cinco lugares), o Setúbal, a Académica, o Olhanense e o Paços de Ferreira fizeram jogos tranquilos.

Como tranquila será, por certo, a ponta final do campeonato para todos eles.