Porto ganha e persegue recordes. Benfica perde. Rio Ave goleia.


Quando se encontram em jogo o primeiro (já campeão) e o último (já praticamente despromovido) classificados, antevê-se um jogo desiquilibrado.
Não foi isso o que aconteceu ontem em Portimão.
O Portimonense bateu o pé ao Porto.
Que teve de suar bastante para ganhar o jogo (3-2).
Uma primeira parte enfadonha, que se arrastou, lentamente, ao ritmo do calor que se fez sentir.
O 0-0 ao intervalo era mais do que justificado.
Uma segunda parte totalmente diferente.
Cinco golos, emoção, o Portimonense a lutar com todas as forças que lhe restam, o Porto a querer bater recordes que estão ali já à mão.
Porto que se apresentou em Portimão com muitas novidades.
Desde logo um esquema novo - 4/4/2 (para utlizar em Moscovo?).
Servido por vários jogadores pouco utilizados.
Beto ficou na baliza (Helton está lesionado), Sereno entrou para o lado esquerdo da defesa, Souza ocupou a posição "6", Mariano González voltou à competição, Walter jogou alguns minutos.
Do plantel do Porto, falta estrear na Liga o jovem guarda-redes Kieszek (deve estar para breve).
No jogo de ontem, o Porto abriu o marcador com um golo monumental de Hulk.
Fabuloso!!!
O Portimonense empata na sequência de um canto, mas, dois minutos depois, Falcao marca e o Porto volta ao comando do marcador.
Novo canto a favor do Portimonense e novo golo (o Porto ainda não tinha sofrido golos na sequência de cantos).
Só faltavam seis minutos para o jogo acabar.
Tempo suficiente para Maicon fazer o 3-2 final, também na sequência de um canto, e também dois minutos depois do golo do Portimonense.
O Porto está a jogar, cada vez mais, contra os seus próprios limites.
Para acabar o campeonato sem derrotas, só com dois empates, com um recorde de pontos.
E utlizando todos os elementos do plantel.
Tudo sob o comando de um treinador muito jovem e inexperiente.
Mas que é um fenómeno.
O Portimonense, digno vencido ontem, vai descer de divisão.


Na Figueira da Foz, a Naval, sob o comando de Mozer, vai lutando pela sobrevivência.
Ontem bateu o Benfica (2-1).
 Mas a vitória, em termos práticos, pouco adiantou.
A goleada que o Setúbal impôs ao Leiria retirou uma boa parte do sabor à vitória da equipa figueirense.
Jorge Jesus virou a equipa do avesso, introduziu alterações em todos os sectores e terá confirmado o que parece mais do que evidente - o plantel do Benfica é muito curto e muito desiquilibrado.
Se a equipa encarnada tivesse tido o infortúnio de ter vários jogadores nucleares lesionados durante a época, algo que aconteceu com o Sporting (Vukcevik e Izmailov, por exemplo) e o Porto (Falcao e Álvaro Pereira, por exemplo), onde estavam as alternativas?
Ciente deste facto, Jorge Jesus está a colocar as fichas todas nas competições que lhe restam.
A começar pela Liga Europa.
É que, e é um facto pouco realçado, o Benfica ainda não ganhou nada.
Já perdeu três competições (Supertaça, Liga dos Campeões e Liga Zon Sagres), mas ainda não ganhou nenhuma.
E é essa a preocupação de Jorge Jesus.
Ganhar a Taça de Portugal e a Liga Europa.
A Taça da Liga não aquece nem arrefece.
Para o conseguir, como ontem, sacrifica alguns jogos na Liga Zon Sagres.
E vai percebendo com quem pode (e quer) contar para a próxima época.
O Benfica perdeu ontem porque as alternativas no plantel são muito poucas e de muito pouca qualidade.
E porque Jorge Jesus tem outros objectivos em mente que não a Liga Zon Sagres (já está a 19 pontos do Porto).
Do outro lado, a Naval luta até ao fim.
Mas não deve escapar da descida de divisão.

Nos restantes jogos, destaque inteirinho para o Rio Ave.
Os 6-1 em Paços de Ferreira constituem a maior goleada do campeonato, ainda por cima obtida no terreno do adversário, confirmam uma equipa bem orientada, confiante nas suas possibilidades, em constante subida de forma, e com um João Tomás que não se cansa de marcar golos.
Do outro lado, uma equipa do Paços de Ferreira completamente esgotada.
Fisicamente e em ideias.
Também em destaque o Vitória de Setúbal.
Os 4-1 com que brindou o Leiria deixa o Setúbal a respirar melhor.
E o Leiria em queda livre.
Pedro Caixinha e Ricardo Sá Pinto já podem procurar outro clube para a próxima época.

Depois do empate no dérbi madeirense (1-1) e da vitória do Sporting sobre a Académica (2-0), ontem o Beira-Mar voltou às vitórias (1-0) frente a um Olhanense que começou a época em grande para a acabar de rastos.
Falta o dérbi do Minho para encerrar a jornada e para ver se o Braga é capaz de reconquistar o segundo lugar da tabela.

Comentários

  1. O campeonato da Liga Zon/Sagres está como o País. Morno.

    Ao fazermos uma análise aos resultados, ficamos iludidos.
    Porque, e excluindo a vitória anormal do Rio Ave na Mata Real, o resto foi sumo mal feito.
    Sem sabor.

    E assim vai o pontapé na bola.

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  2. Está tudo praticamente decidido.
    E os clubes, os jogadores, já estão a pensar noutros objectivos.
    Até a nível pessoal.
    É normal.

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  3. mas ainda vou continuar a ponderar sobre esta decisao...

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  4. Pondere com calma, Catarina.
    É uma decisão deveras imporatnte para ser tomada no calor do momento :)))

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  5. O meu Benfica só me dá desgostos. Também algumas alegrias, mas poucas...
    Mas Benfiquista, sempre.
    Catarina, sempre Benfica!!!

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