O sinal do Dragão!! Depois dos bitaites de Di Stéfano e Cruyff, Mourinho mostra como se ganham troféus
O fogo do Dragão arde incessantemente.
E, ao contrário do poema, é um fogo que se vê.
Cada vez com mais intensidade até.
Já não sei o que escrever mais acerca deste Porto.
Que é a equipa do Porto que mais me entusiasma, que mais me faz vibrar?
Pode ser.
Depois de ter perdido a primeira mão da meia-final em casa, e por 2-0, o Porto de André Villas-Boas conseguiu mais um feito notável - foi, pela primeira vez, ganhar à Luz num jogo para a Taça (eliminatórias a duas mãos), marcou três golos em 20 minutos, e apurou-se para a final da Taça de Portugal.
O Porto, como tinha prometido André Villas-Boas, não foi uma equipa sôfrega.
Jogou com calma, com tranquilidade, com segurança.
E com uma enorme confiança.
Na primeira parte, o Porto já tinha dado a ideia que seria capaz de inverter a eliminatória.
Na segunda parte, foi demolidor!!
João Moutinho, Hulk e Falcao marcaram os golos.
Cardozo reduziu.
E ficou claro que, num jogo com muitas ausências nas duas equipas, o plantel do Porto é muitíssimo mais forte que o do Benfica, tem infinitamente mais soluções e muito maior qualidade.
Palavras especiais para dois personagens.
João Moutinho, o tal que era uma "maçã podre", e que veio revolucionar o futebol do Porto.
Com Moutinho em campo, a sua visão de jogo, a sua capacidade física e a perfeição táctica que lhe é característica, o treinador tem sempre mais soluções.
Pode mudar os protagonistas que, com Moutinho ali, pendular, sem quebras físicas, sem lesões, a equipa funciona sempre.
Reforço o que aqui escrevi quando se confirmou a mudança de Moutinho para o Porto - a melhor contratação do Porto nos últimos anos.
Que mereceu inteiramente o golo que ontem marcou e que coroou uma exibição imaculada.
Um verdadeiro Dragão!!
Também uma palavra especial para André Villas-Boas.
Vou cometer uma heresia - André Villas-Boas entusiasma-me mais que Mourinho.
A relação com os jogadores é excelente, a capacidade de tirar o máximo partido do plantel é fenomenal, a leitura de jogo perfeita, a mensagem que transmite dá confiança, mexe com a equipa e os adeptos.
Ontem voltou a ser assim.
Sem Helton, Fucile, Guarin e Belluschi, André Villas-Boas voltou a dar confiança a outros jogadores (Beto, Sapunaru, Ruben Micael e Cristan Rodriguéz, que estiveram todos em grande), soube mexer na equipa (trocar Ruben por James, que foi jogar a "10", foi de mestre!!), soube ganhar o jogo e inverter a eliminatória.
Gostava que o Porto mantivesse este plantel e este treinador.
Eventualemente retocado, reforçado com três ou quatro jogadores.
Acho que seria candidato fazer uma grande Champions na próxima época.
Mas não acredito que Hulk, Falcao, Rolando, se mantenham.
E Villas-Boas só fica se não quiser mesmo sair.
É assim e não adianta estar com lamentos.
O Benfica.
O Benfica, ontem, foi o que tem sido esta época.
Uma equipa que apresenta um grande défice de alternativas, que Jorge Jesus insiste em manter inclinada para a frente.
Mesmo quando podia, e devia, jogar com alguma contenção.
E que, por via dessa opção, frequentemente se apresenta partida em dois blocos.
Sem uma voz de comando a meio-campo (Aimar no banco? Disparate!), o Benfica voltou a dar esse espaço essencial ao Porto.
E foi esse facto que, mais uma vez, André Villas-Boas sabiamente explorou.
Balanço final - o Porto, já campeão e vencedor da Supertaça, segue agora para a final a Taça de Portugal.
Onde vai encontrar o Guimarães.
O Benfica já perdeu quatro competições - Supertaça, Liga dos Campeões, Liga Zon Sagres, Taça de Portugal.
No sábado tem que ganhar a Taça da Liga (contra o Paços de Ferreira).
E depois tentar a Liga Europa.
Em Espanha, 18 anos depois!!, o Real Madrid voltou a ganhar a Taça do Rei.
E ganhou porque tem um treinador que é um visionário.
Não joga bonito?
Pois não.
Mas ganha!
E isso irrita os "puristas".
Mourinho soube anular o super-Barcelona (quem mais o consegue fazer?) para ganhar o jogo e mais uma Taça.
Quem é que ganhou a Taça em Portugal, Inglaterra, Itália e Espanha?
Mourinho!
Não foram Di Stéfano e Cruyff que tanto o tinham criticado.
Com um meio-campo de combate (Pepe, Khedira, Xabi Alonso e Ozil) e com dois génios lá à frente (Di Maria e Ronaldo), Mourinho não deixou que o futebol tricotado do Barcelona acontecesse.
Seguro (Ricardo Carvalho voltou a ser um gigante!! E Casillas voltou a provar que é o melhor guarda-redes da actualidade), o futebol do Real ameaçava sempre o golpe fatal.
Qua aconteceria já no prolongamento.
Com mais um golaço de Ronaldo.
E o Real, por onde andaram galácticos, fabulosos e "fabulásticos", começa a ganhar troféus com os portugueses que contratou.
Especialmente com um tipo mesmo especial - José Mourinho, o melhor treinador do Mundo da actualidade.
Que os jogadores dizem seguir até à morte (vide as declarações de Sérgio Ramos no final do jogo).
O resto é treta!
Pedro
ResponderEliminarNão costumo comentar os seus abundantes posts sobre futebol. É que não percebo mesmo nada.
Mas de facto pelo que oiço o FCP é o maior, evidências, são evidências.
Aprecio a humildade do Villas Boas.
Parabéns pelo seu Porto.
Abraço
PS: Já agora. Para quando uma anedotazita das muitas que circulam sobre o Pinto da Costa?
Rodrigo.
ResponderEliminarO Porto está muito forte.
E com um grande treinador.
Só ainda não publiquei nada sobre o Pinto da Costa porque não recebi.
Mas é alguém que já me chateia.
Aquele discurso regionalista já está gasto, bafiento.
E não respeita os adversários.
O que é inadmissível.
Abraço
Por motivos profissionais, por acaso ligados ao desporto, não vi o Benfica x FC Porto nem o Real Madrid x Barcelona.
ResponderEliminarNão posso, por isso, emitir qualquer opinião sobre as duas partidas.
Há, porém, no texto/opinião do Pedro, um pormenor que sinto poder comentar. O facto de o Benfica ter um deficit de alternativas.
Aí, pelo menos, o FC Porto está em vantagem.
Não gosto do Villas-Boas nem do José Mourinho.
Di Stéfano e Cruyff têm razão no que disseram.
E com esta me vou...
Observador,
ResponderEliminarO Di Stéfano e o Cruyff têm que compreender que o futebol actual vive de resultados, não de beleza plástica.
Uma equipa pode jogar um futebol muito bonito.
Mas, se não conseguir resultados, não sobrevive.
O Cruyff está a pensar na "laranja mecânica".
Outros tempos, outra mentalidade.
O Real de Di Stéfano, tal como o Barcelona de Guardiola, jogam um futebol atractivo e ganham.
Quando não é assim, as equipas ficam na memória das pessoas.
Mas pelos piores motivos.
O caso típico do Sporting do Peseiro.
Jogava bonito, mas não ganhou nada.
Foi quase, quase.
E foi assim que passou para a posteridade.
Villas-Boas e Mourinho são muito diferentes (o Villas-Boas está farto de dizer isto).
O Mourinho é segurança, calculismo, ratice pura.
O Villas-Boas, discípulo do Bobby Robson, é risco, é golos, é posse e troca de bola.
Sou fã!!
Caro Pedro parabéns!! (isto até custa a escrever).
ResponderEliminarMas se viu o jogo, assim como eu vi, temos alguns lances que nos deixaram grandes dúvidas. Houve, pelo menos duas intervenções do sr. xistra, favoráveis ao FCP, numa das quais um jogador do Glorioso sofreu um puxão e nem houve falta, nem cartão, que seria vermelho directo, uma vez que o dito jogador ficava isolado, frente à baliza.
Mas estou aqui para lhe dar os parabéns.
Carlota,
ResponderEliminarEsses erros são normais.
E têm que ser vistos como tal.
Para um lado e para o outro.
Um Páscoa Feliz