Que tal abrir uma excepção e consagrar três selecções campeãs do Mundo?

O polvo Paul, dá o título à Espanha.
O periquito Mani, dá o título à Holanda.
Eu dava o título à Alemanha, à Holanda e à Espanha.
Estas três selecções, em momentos diferentes, e por motivos diferentes, mereciam ser campeãs do Mundo.
Os alemães foram a equipa mais entusiasmante do torneio.
Um futebol vertical, jogado em grande velocidade, uma equipa que defende muito bem (perto da perfeição), que tem um meio-campo fortíssimo, nas vertentes física e técnica, que tem um goleador terrível.
A selecção alemã transportou para o campo a competência, a seriedade, o trabalho duro, e o talento, que caracterizam o povo alemão.
Dá gosto ver jogar Thomas Muller, Mesut Ozil, Bastian Schweinsteiger (um dos melhores jogadores neste Mundial), o renascido Lukas Podolski e o mortífero Miroslav Klose.
Que jogam daquela maneira porque têm Sami Khedira, Arne Friedrich e Per Mertesacker a formar um muro quase instransponível.
A selecção alemã, remodelada e reformulada após o Euro-2008, peca por inexperiência de alguns dos seus jogadores e pela ausência de alternativas credíveis.
Mas promete um futuro brilhante.
E jogou o melhor futebol deste Mundial, o mais competitivo, mais intencional, mais temível.
Os holandeses divertem-se com o jogo.
E divertem quem os vê jogar.
Bert van Marwijk, até há poucos dias pouco mais que um ilustre desconhecido, conseguiu juntar um lote de jogadores com uma técnica notável, com esse gosto de jogar futebol, um futebol positivo, que procura, antes de mais nada, ganhar os jogos.
Ao mesmo tempo, procurou incutir-lhes o que tem faltado aos holandeses - maior competitividade e concentração.
Os holandeses não jogam o futebol total da Laranja Mecânica, não têm o mesmo futebol que encantou o Mundo há 30 anos, são mais um pouco mais frios na abordagem ao jogo.
Com jogadores como Arjen Robben e Wesley Sneijder é impossível não jogar um futebol que não seja plasticamente belo.
E, outro grande aspecto positivo desta selecção holandesa, as alternativas são abundantes, e de grande qualidade.
Assim se compreende o trajecto cem por cento vitorioso dos holandeses.
O calcanhar de Aquiles desta selecção holandesa continua a ser um certo deslumramento com o jogo.
Os holandeses gostam tanto de jogar futebol, divertem-se tanto a jogar, que se tornam arrogantes e se deixam embalar por uma certa sobranceria que lhes pode ser fatal no jogo com os espanhóis.
Espanhóis que, fiéis à escola do Barcelona, moldada na....isso, na Holanda!, formam uma selecção fantástica.
Joachim Low disse que os espanhóis, já de há alguns anos, têm a melhor selecção do Mundo.
É bem provável que tenha razão.
Não há ali pontos fracos.
O onze habitual é fortíssimo, tem jogadores fenomenais (Xavi, Iniesta, Villa), um banco muito forte, aquela fúria tipicamente espanhola.
Os espanhóis trocam a bola entre os seus jogadores como nenhuma outra selecção o faz.
Começaram o torneio muito mal (derrota com a Suíça).
Mas, mesmo então, percebeu-se que foi apenas um dia em que tudo correu mal aos espanhóis e os deuses eram suíços.
Serão os espanhóis imbatíveis?
Não, não há equipas imbatíveis.
Para ganhar a esta selecção espanhola é muito simples - "basta" não deixar aquele meio-campo trocar a bola.
Uma tarefa muito, muito, mas mesmo muito!!, complicada.

Entre o futebol total, cheio de força, vertical, dos alemães; o futebol praticado por jogadores que se divertem, se entusiasmam a jogar futebol, e entusiasmam quem os vê,  da selecção holandesa; e o futebol rendilhado, de certeza no passe, de progressão constante com a bola na relva, dos espanhóis; eu gostava que ganhassem os três!
Pode ser?
Só desta vez?!

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