No fim ganha mesmo a Alemanha. E a Espanha também.

Dia de confirmações - a confirmação de uma impressionante máquina de jogar futebol, a par da confirmação de uma grande equipa que, não estando a atravessar um grande momento, estaria ao alcance de uma selecção portuguesa mais afoita.

No primeiro jogo do dia, a Alemanha mostrou novamente um futebol verdadeiramente impressionante.
A selecção argentina ainda deve estar a pensar quem eram aqueles jogadores que tanto corriam, que tanta força têm, que rematam de qualquer lado, que parecem ter o dom da ubiquidade.
São a selecção alemã, preparada e treinada por Joachim Löw, na qual os jogadores conseguem aliar às virtudes típicas do futebol alemão (força, disciplina, entreajuda), uma técnica pouco habitual entre os germânicos.
Thomas Müller, Schweinsteiger, Ozil, têm uma técnica invulgar entre jogadores alemães.
Na "ausência" das grandes figuras (Ronaldo, Messi, Kaká, Lampard, Gerrard, Ribéry, Drogba, Etto, todos passaram ao lado deste Mundial) Bastian Schweinsteiger tem sido, em minha opinião, o jogador mais completo do torneio.
Robben o mais espectacular e Sneijder o mais inteligente.
Mas Bastian Schweinsteiger tem sido verdadeiramente o tal médio box-to-box, o jogador completo, uma delícia para quem gosta de ver futebol. 
Mas a Alemanha não aposta em individualidades.
Essa foi a aposta da Argentina, com Messi e Di Maria (um Mundial para esquecer) a tentarem resolver sozinhos o que a equipa não conseguia.
Os alemães formam um bloco sólido, que permite aos diferentes jogadores brilhar em diferentes momentos do jogo, ou do próprio torneio.
E que permite a Miroslav Klose conseguir igualar Muller como o melhor marcador dos Mundiais, e ficar a um golo do "Fenómeno" Ronaldo.
Os 4-0 que vergaram a Argentina só surpreendem quem não viu o jogo.
Quem o viu sabe que, aos golos de Klose (2), Muller e Fredrich, outros se poderiam ter somado.
Já não me lembro de ver uma equipa jogar o futebol que os alemães jogam e que os torna no principal candidato ao título neste Mundial.
No outro jogo de ontem, a Espanha demonstrou que está longe da equipa que foi campeã europeia.
Os espanhóis derrotaram o Paraguai num jogo com uma arbitragem polémica, pénaltis falhados para os dois lados (Cardozo falhou mais uma grande penalidade), com uma exibição cinzentona da equipa espanhola, a qual vai agora defrontar a Alemanha na reedição da final do Europeu.
Um golo do inevitável David Villa, aos 83 minutos, quando todos já esperavam pelo prolongamento, leva os espanhóis para a meia-final.
Meia-final na qual não acredito que resistam ao sufocante futebol dos alemães.
Os alemães não darão espaços ao tiqui-taca espanhol, e depois sairão naquelas correrias loucas que os espanhóis não parecem ter capacidade de acompanhar.
E, não consigo deixar de o escrever, fica-me a sensação que esta Espanha estaria ao alcance de uma equipa portuguesa que tivesse tentado ganhar o jogo.


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