Vencidos mas não convencidos


Já se sabia que a missão, não sendo impossível (isso são outras fitas), era muito complicada.
Confirmou-se o cenário mais provável.
O Benfica cai os pés dos milionários (cada jogador recebeu 260 mil euros de prémio pela passagem na eliminatória) do Chelsea nos quartos-de-final da Champions.
O Benfica bateu-se muito bem, mais ainda se tivermos em conta as inúmeras contrariedades que enfrentou.
Mas, ao contrário do que afirmou Jorge Jesus, nunca se mostrou "muito mais equipa"  que o Chelsea.
Pelo contrário.
Os londrinos foram sempre muito mais matreiros, muito mais sabidos que os portugueses.
Só nos últimos dez minutos do jogo de Londres, depois do golo de Javi Garcia, é que os blues se enervaram.
E permitiram que o Benfica crescesse.
Mas, mesmo então, foi o Chelsea a marcar e não o Benfica.
No final do jogo, Jorge Jesus e Luís Filipe Vieira atiraram-se ao árbitro, à UEFA.
Jorge Jesus, que falou em "habilidade para condicionar a equipa", arrisca um castigo pesado.
Já escrevi aqui muitas vezes que deixo a arbitragem de lado na análise que faço aos jogos.
E este jogo não é excepção.
Desculpas de Jorge Jesus, com ou sem razão, já são habituais (alguma vez o treinador do Benfica reconheceu que o adversário ganhou porque foi melhor? Não me lembro....).
Mais patéticas, a lembrar o diagnóstico do outro que dizia que os países se endividam porque gastam mais do que ganham, foi o discurso de Luís Filipe Vieira.
A Champions é um grande negócio??!!
Não!!!
Lembro-lhe o que disse Mourinho, antes da visita a Manchester,  no ano em que o Porto ganhou a Champions - "a Champions não foi feita para ser ganha por clubes portugueses".
Nem portugueses, nem de muitos outros países.
Foi feita para ser ganha por clubes dos grandes países (Espanha, Itália, Inglaterra).
Com a Alemanha e a França como outsiders.
Descobriu isso agora, Luís Filipe Vieira?!
O Benfica foi eliminado, lutou dignamente, foi forte e leal.
Mas não chegou.
Tão simples quanto isso.
Pressões exteriores aos jogos na Champions, nas competições europeias, só são novidade para quem anda alheado da realidade.


O Chelsea que vai agora enfrentar o colosso Barcelona.
Depois do 0-0 em Itália, um 3-1 na Catalunha.
Com polémica à mistura, com suspeitas de favorecimento à equipa blaugrana.
Mais uma vez, qual é a novidade?!
O Barcelona vai jogar a meia-final com o Chelsea.
Para jogar a final com quem??
O Mourinho é que é terrível, não é?


Já que se fala em Mourinho, o Real (também o Bayern) passeou classe e passou a eliminatória com a maior limpeza.
Depois do 3-0 em Nicósia, um tranquilo 5-2 em Madrid.
Porque, muitas vezes, os melhores ganham, e ganham limpo, sem margem para dúvidas.


O Bayern está nesta linha de raciocínio.
2-0 em Marselha; 2-0 em Munique.
Limpinho!!
E uma meia-final fantástica entre o colosso de Madrid e o colosso bávaro.

(Inclino-me para uma vitória do Real. Por todos os motivos. É, esses também!!).

Comentários

  1. Não irei comentar. Passe pelo meu blogue e vê a resposta, eheheheh
    Beijo

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  2. Passpo por lá, vejo a resposta e sou capaz de deixar de uma prenda, Carlota.
    Beijo

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  3. Apenas me vou referir ao Benfica.
    Foi, sem margem para dúvida, aniquilado pelas equipas de arbitragem.
    Primeiro na Luz, depois em Stanford Bridge.

    O jeito comercial logo interesseiro como são encaradas estas provas é algo que entendo mas não aceito.
    Para isso, sugiro que se crie uma prova especial para aqueles que Michel François Platini e seus pares entenderem.

    O importante, em termos estritamente desportivos, é que o Benfica saíu da prova de cabeça erguida.
    E a ela, prova, voltará já na próxima época.

    Abraço

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  4. O Benfas teve azar. Embora tenha razão de queixa do árbitro, a reacção do LFV só é possível porque não estão habituados a estas andanças

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  5. Pois é, amigo. Infelizmente a Liga dos Campeões nos actuais moldes também não permite que alguma equipa portuguesa a consiga ganhar. Até o super FCP do Mourinho só conseguiu ser campeão da Europa porque teve a sorte de ter participado naquela que foi certamente a competição mais atípica de sempre. No lugar de apanhar o AC Milan, apanhou o Corunha. Na final, no lugar de apanhar o Real Madrid, apanhou o Mónaco. Hoje tanto o Mónaco como o Corunha militam em divisões inferiores nos seus respectivos países. Só o Benfica é que não tem a mesma sorte... nem o poderio para fazer com que os árbitros deixem de o prejudicar tanto.

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  6. António,
    "O importante, em termos estritamente desportivos, é que o Benfica saíu da prova de cabeça erguida.
    E a ela, prova, voltará já na próxima época."

    E não saiu, ou continuou, com a suspeita da vigarice, António.
    A frase do Mourinho em 2004 foi lapidar.
    Só no penúltimo jogo, na Corunha, é que ele disse, com um sorriso matreiro "o Porto é uma equipa portuguesa diferente".
    Porque percebeu que aquele foi um ano atípico.
    Mas só no penúltimo jogo é que isso aconteceu.

    Aquele abraço


    Carlos,
    A reacção do LFV é exactamente a reacção de quem não está habituado a levar estes pontapés quando as coisas se começam a decidir, quem não está habituado ao mercantilismo puro da Liga dos Campeões.


    FireHead,
    Não tinha lido o seu comentário antes de responder ao António e ao Carlos.
    Agora, que o li, vejo que temos comunicação de pensamento.

    "Até o super FCP do Mourinho só conseguiu ser campeão da Europa porque teve a sorte de ter participado naquela que foi certamente a competição mais atípica de sempre."

    Não podia estar mais de acordo consigo!
    Relembro-lhe o que relembrei ao António - o Mourinho só admitiu abertamente essa possibilidade no penúltimo jogo, o jogo na Corunha.
    Até aí, o discurso era realista - "a Champions não foi feita para ser ganha por equipas portuguesas".

    O Benfica sai de cara lavada, FireHead.
    É mais importante do que ganhar jogos.

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