Um negócio da China?


Em época de Natal, o negócio de aquisição de 21,35 por cento do capital da EDP por parte da China Three Gorges Corporation (CTG) deu brado.
Não faltaram vozes a alertar para o perigo chinês - desrespeito pelos direitos humanos, pelos direitos dos trabalhadores, pela protecção ambiental - que este negócio insere.
Confesso que não percebo.
Quando se sabe que a CTG vai pagar cerca de 2,7 mil milhões de euros pela participação que o Estado português detém na EDP, muito acima do valor em Bolsa,  para além de ir investir mais 2 mil milhões de euros nos projectos de parques eólicos até 2015 (o verdadeiro interesse da China reside exactamente na área da EDP renováveis), que se comprometeu a melhorar o perfil de crédito da empresa através de linhas de crédito de 4 mil milhões de euros junto de bancos chineses, para além da concretização de investimentos de empresas portuguesas na China, da entrada de capitais chineses em bancos portugueses que se encontram em sérias dificuldades económicas (Millenium/BCP) não consigo perceber as reservas que se levantam à concretização deste negócio.
Afinal, não é este tipo de operações que se designa na linguagem comum por negócios da China?! 

Comentários

  1. Não sou analista económico e poupo-me de dizer bacoradas inoportunas.

    O futuro dirá claramente se este foi um bom investimento e se este foi o melhor parceiro económico.

    ResponderEliminar
  2. Essa do negócio da china foi mesmo bem metida. eheheheheh.
    Um abraço.

    ResponderEliminar
  3. Luís,
    Eu também não sou economista.
    Mas, pelo que nos é dado saber, os chineses eram os que ofereciam melhores condições.
    E uma coisa posso afirmar - se há assunto sério para os chineses, com o qual eles não brincam, é dinheiro.

    L.O.L.
    Mas não é mesmo este o caso?
    Não só no aspecto literal, mas pela pipa de massa que envolve.
    Só falta mesmo comprometerem-se a plantar umas árvores das patacas na sede da EDP :)))
    Aquele abraço

    ResponderEliminar
  4. Caro Pedro
    Também não sou economista. Embora passe a vida a fazer contas, nestes dias então, vai ser complicado.
    talvez por o não ser, não consigo entender a venda daquilo que é rentável. É com grande mágua que o vejo fazer.

    Um dia não sei onde, ouvi esta expressão:
    "Os Chinese são tantos, que quando abrirem os olhos, mijam para cima dos Europeus e afogam-nos".
    Abraço

    ResponderEliminar
  5. Sou dos queriam que o "negócio EDP" fosse positivo para a economia portuguesa.
    Como com estas coisas não se brinca, o mais importante acabou por suceder.
    Estou-me nas tintas para o país que desse mais. Desde que desse mais e com melhores condições, tudo bem.
    Perfilaram-se alemães, brasileiros e chineses.

    Chinesices à parte, a verdade é que foi o país que mais deu e que encheu, na percentagem em causa, de forma mais acentuada, os cofres do estado português.
    Quero lá saber do resto!

    Se bem que a minha verdadeira opção seria a de que a EDP fosse uma empresa verdadeiramente pública, servindo em qualidade e preço o verdadeiro interesse dos portugueses.

    Mas a economia é o que é e pronto.

    Não me digam, por favor, que a entrada dos chineses neste negócio, vai tirar postos de trabalho aos lusitanos. Porque a maioria do capital, e da vontade, continua em poder dos portugueses. Logo, não será por aí que fiquem pendurados mais postos de trabalho.
    Isto até pode servir, e oxalá que sirva, para incentivar os nossos trabalhadores a "darem o litro". Coisa a que não estamos habituados, eu sei.
    Mas lá terá que ser.

    ResponderEliminar
  6. Rodrigo,
    Mas o que é rentável pode sê-lo ainda mais.
    E olhe que, como comentei antes, os chineses não brincam com dinheiro.
    Aliás, se não fosse rentável, ou com grande potencial para o ser, os chineses não se interessavam.

    Neste negócio, o que mais lhes interessa é a área das renováveis.
    E essa é para expandir para os vários continentes.
    É isso que mais assusta os brasileiros e os alemães.
    Até porque o Mexia tem contactos nos vários mercados.
    Essa carteira de contactos, esse know-how, também foi valorizado.

    E há ainda os carros de fabrico chinês a quererem entrar na Europa através de Portugal.
    Tudo isso está presente neste negócio.
    Não sendo um expert, longe disso, não vejo qual é a desvantagem.
    Aquele abraço

    António,
    Nem mais.
    E não é só o dinheiro "dado à cabeça", é o potencial que vem agregado.

    Estou farto de ouvir falar nas parcerias estratégicas, normalmente com Macau metido ao barulho.
    Espero que este negócio seja indicativo que se passou das palavras aos actos.

    E estou consigo - fosse quem fosse (chineses, brasileiros ou alemães) o importante é que fosse bom para Portugal.
    E quero crer que é.
    E acredito que venha a ser bom para o consumidor português também.

    Outro ponto em que estamos de acordo - os chineses não vão enviar aviões cheios de compatriotas para encher a EDP.
    Isso era o que dizia o Futre com o futebol.
    Quererão ter algum controlo, é normal.
    Mas nada mais que isso.
    Como hoje escrevia um amigo meu, muito mais versado do que eu, os chineses estão a diversificar a carteira de investimentos.
    Se nunca gostaram de colocar os ovos todos debaixo da mesma galinha, com a crise económica ainda mais isso acontece.

    Um último ponto em que estamos de acordo - os chineses não brincam a trabalhar.
    O dinheiro é algo demasiado sério para que isso possa acontecer.
    Aquele abraço

    ResponderEliminar
  7. Foi realmente um negócio da China e o governo está de parabéns ! Era "obrigatório" privatizar, era preciso entrar dinheiro estrangeiro e ninguém como os chineses para o fazer valorizar ! É uma boa parceria que valorizará a EDP e os portugueses !
    ... e aqui não há que pagar juros ! :))
    .

    ResponderEliminar
  8. Subscrevo, Pedro, mas por cá anda muita gente tristinha, porque PPC não cumpriu a promessa de dar a EDP de presente de Natal à Merkel

    ResponderEliminar
  9. Rui,
    E este é só primeiro capítulo do que se prevê venha a ser um longo romance.
    Finalmente, a conversa da parceria estratégica, das ligações históricas, de Macau como plataforma, tem resultados práticos.


    Carlos,
    Mas eu, e o Carlos também, de certeza, queremos que a Merkel se.....lixe.
    Quer?
    Pague!!
    Se o PPC lhe faltou com alguma promessa não fez mais do que aquilo que ela também já fez.
    Em matéria de incumprimento de promessas entendem-se muito bem, aliás.

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares