Vá bardamerda senhor Governador do Banco de Portugal!
- De um professor universitário e investigador da UC -
O excesso
de autonomia em democracia dá nisto. A autopromoção política e económica leva
à decapitação da democracia.
Daqui, já muitos terem saudade de um regime
autoritário. Será que vamos acordar tarde? !!!! E mais.......
Sabiam
que o Banco de Portugal comparticipa aos seus funcionários 100% das despesas
de saúde?
Quem paga isso? Somos nós os contribuintes, enquanto que a ADSE
paga só aquilo que nós sabemos.
É por isso que funcionários do Banco
de Portugal fazem implantes dentários e os 'outros implantes' que estão agora
na moda às funcionárias e às mulheres dos funcionários.
Como é isto
possível? E nós que somos os pagantes, ficamos calados???
Vá bardamerda
senhor Governador!
Neste país há investigadores universitários que
estudam todos os dias até altas horas da noite, que trabalham continuamente
sem limites de horários, sem fins-de-semana e sem feriados.
Há
professores universitários que dão o seu melhor, que
prepararam cuidadosamente as suas aulas pensando no futuro dos seus alunos,
que dão o melhor e sem limites pelas suas universidades.
Há policias
que ganham miseravelmente, que não recebem horas extraordinárias, que pagam
as fardas do seu bolso e para sobreviverem têm de prestar os serviços
remunerados.
Toda esta gente e muita mais que poderia ser referida foi
eleita como a culpada da crise, denunciada como gorduras do Estado, tratada
como inutilidade social, acusada de ganhar mais do que a média, desprezada
por supostamente não ser necessária para certos políticos se manterem no
poder.
Mas há uns senhores neste país que ganham muito mais do que a
média dos funcionários públicos, que têm subsídios extras para tudo e mais
alguma coisa, que cumprem com incompetência as suas funções, que recebem
pensões
chorudas, que vivem do dinheiro dos contribuintes como todo o Estado,
mas que não foram alvo de nenhuma das medidas de austeridade que até hoje
foram aplicadas aos funcionários públicos.
São os meninos e meninas do
BdP. Ainda as pessoas mal estavam refeitas do anúncio da pilhagem aos seus
rendimentos e há um tal Costa, governador do Banco de Portugal, vinha
defender que as medidas deste OE deveriam prolongar-se para além de
2014.
Isto é, o senhor defende que os cortes se tornem definitivos. No
mesmo dia a comunicação social informava que as medidas de austeridade
aplicadas aos funcionários públicos não seriam aplicadas aos funcionários do Banco de Portugal, o argumento para tal situação era o da independência do
banco.
Mas se o Governo não pode nem deve interferir na gestão do BdP e o
senhor Costa se comporta como um cruzamento entre a ave agoirenta e o
Medina Carreira. o mínimo que se espera é que ele dê o exemplo pois nada o
impede de aplicar aos seus (incluindo os pensionistas do BdP) a austeridade
que exige
aos outros.
No caso do BdP o senhor Costa não só estaria a
adaptar as mordomias dos funcionários públicos e pensionistas do BdP à
realidade do país como estaria a dar um duplo exemplo, um exemplo porque
aplica aos seus a austeridade que exige aos outros e um exemplo porque chama
os seus a responder pela
incompetência demonstrada enquanto entidade
reguladora de bancos como o BPN ou o BPP.
Porque razão um professor
catedrático de finanças ganha menos do que um quadro do BdP, não recebe
subsídio para livros como este e na hora da austeridade perde parte do
vencimento e os subsídios enquanto o funcionário
público do BdP não corta
nada e muito provavelmente ainda recebe um aumento?
E já que falamos
no BdP que tanto se bate pela transparência das contas públicas e do Estado
enquanto o seu governador anda por aí armado em santinha das finanças, porque
razão os vencimentos e mordomias do BdP não aparecem no seu site de forma a
que sejam conhecidas pelos contribuintes que
as pagam?
Todas as
colocações, subidas de categoria e remunerações dos funcionários públicos são
divulgadas no Diário da República mas o que se passa no BDP é segredo, muito
provavelmente para que o povo não saiba e assim manterem
o
esquema.
Ainda a propósito de transparência seria interessante saber
porque razão os fundos de pensões da banca vão ser transferidos para o Estado
e o do Banco de Portugal fica de fora.
O argumento da independência
não pega, o que nos faz recear que o fundo de pensões seja abastecido de
formas pouco aceitáveis para os portugueses.
Seria interessante, por exemplo,
saber a que preço e em que condições uma boa parte do imobiliário que o banco
detinha por todo o país foi transferido para o fundo de pensões dos seus
dirigentes e funcionários.
É por estas e por outras que o senhor Costa não
tem autoridade moral para propor o mais pequeno sacrifício seja a quem for e
deveria abster-se de aparecer em público, este senhor só merece a resposta
que lhe daria o saudoso Almirante Pinheiro de Azevedo:
«vá
bardamerda, snr. governador»!..."
Caro Pedro
ResponderEliminarAcho que a celebre expressão do Almirante está bem metida. Parece-me que devia-mos usá-la mais vezes dirigindo-a a uns senhores que andam por aí a olhar só para o seu umbigo.
Vão bardamerda! Sim senhor.
Abraço
Rodrigo
Está bem apanhada, não está, Rodrigo?
ResponderEliminarLembro-me tão bem dessa ocasião com o Pinheiro de Azevedo.
Aquele abraço
Vão bardamerda!!!
ResponderEliminarCaramba, soube bem, vou repetir vão bardamerda senhores do Banco de Portugal, da TAP, da REFER, da Carris, da RTP, da Caixa Geral dos Depósitos, e muitos, muitos outros que aqui cabiam, mas...não temos tempo!!!
Abraço, Pedro!
Com as letras todas, Ricardo!!
ResponderEliminarE são mesmo muitos.
Custa assim tanto ser honesto, caramba?
Aquele abraço