Os 12 trabalhos de Leung Chun-ying
Está eleito o terceiro Chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Hong Kong (RAEHK) - como se previa, Leung Chun-ying (CY Leung).
Em boa verdade, mais do que de uma vitória de Leung Chun-ying, deve falar-se de uma derrota de Henry Tang.
No espaço de menos de um mês, aquele que era o favorito de Pequim desbaratou todo o capital que tinha acumulado, o empurrão dos grandes magnatas de Hong Kong e até o apoio do Governo Central.
Os sucessivos escândalos em que se viu envolvido, e a maneira como lidou com os mesmos, arrasaram o desavergonhado Henry Tang.
A tal ponto que sai destas eleições com 285 votos, um número inferior ao dos apoios que havia recebido quando se candidatou.
Albert Ho, sem surpresas o candidato menos votado, falou abertamente em interferência de Pequim no resultado destas eleições.
Subtil, não assumida (era o que faltava!), mas inegável.
Num primeiro momento, no apoio a Henry Tang.
Num segundo momento, no puxar do tapete a quem era até há bem pouco tempo o número dois do actual Executivo de Hong Kong e no virar da agulha para aquele que acaba de ser eleito o terceiro Chefe do Executivo da RAEHK.
Leung Chun-ying, que será um líder de transição (em 2017 haverá eleição por sufrágio directo e universal), recebe em herança uma pesada tarefa.
Depois de uma campanha violenta, com ataques pessoais constantes, não é já só a sociedade de Hong Kong que apresenta profundas feridas e fracturas.
É o próprio campo pró-Pequim que se encontra irremediavelmente de costas voltadas e com várias facções em surdina guerra.
Unir estes estilhaços será tarefa espinhosa.
Tarefa à qual não se quererá associar o campo pró-democrata, mais preocupado em minar a pouca credibilidade da actual liderança e preocupado em preparar já a sucessão em 2017.
O conceito de harmonia, de sociedade harmoniosa, tão caro à actual liderança em Pequim, está completamente ausente em Hong Kong.
Uma cidade também ela afectada por feridas profundas, que não se revia minimamente em nenhum dos três candidatos que se apresentaram a sufrágio.
Quando, dentro do próprio colégio eleitoral que elege o Chefe do Executivo, e com recados mais ou menos audíveis de Pequim, há tantas dissenções, o que é que se pode pensar acerca do sentir da sociedade civil?
Leung Chun-ying vai ter cinco anos de muito complicada governação.
Para, em 2017, cansado, se ir embora.
Tarefa ingrata, convenhamos.
Pedro
ResponderEliminarHoje passo apenas para desejar uma boa noite!
Não me sinto em condições de o ler, volto amanhã.Desculpe.
Beijinho e uma flor
Tem o apoio de Pequim, logo serve ao sistema. :)
ResponderEliminarNão peça desculpas, Adélia.
ResponderEliminarEspero que, o que quer que seja que a atormenta, passe depressa.
Isso é que é importante.
Beijinho
FireHead,
Só faltou virem dizer, publicamemnte, para votar neste tipo :))