Tabela comparativa 1964-2018
Situação:O fim das férias.
Ano 1964:
Depois de passar 15 dias com a família atrelada numa caravana puxada por um Fiat 600 pela costa de Portugal, ou passar esses 15 dias na praia do Castelo do Queijo, terminam as férias.
No dia seguinte vai-se trabalhar e os miúdos para as aulas.
Ano 2018:
Depois de voltar de Cancún de uma viagem com tudo pago, terminam as férias.
As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão, seborreia e caganeira.
Situação:Chega o dia de mudança de horário de Verão para Inverno.
Ano 1964:
Não se passa nada.
Ano 2018:
As pessoas sofrem de distúrbios de sono, depressão e caganeira.
Situação:O Pedro está a pensar ir até à mata depois das aulas.
Assim que entra no colégio mostra uma navalha ao João com a qual espera poder cortar uns ramos e fazer uma fisga.
Ano 1964:
O professor vê, pergunta-lhe onde se vendem daquelas navalhas, e mostra-lhe a sua, que é mais antiga, mas que também é boa.
Ano 2018:
A escola é encerrada, chamam a Polícia Judiciária e levam o Pedro para um reformatório.
A SIC e a TVI apresentam os telejornais desde a porta da escola.
Situação:O Carlos e o Quim trocam uns socos no fim das aulas.
Ano 1964:
Os companheiros animam a luta, puxam por eles, e o Carlos ganha.
Apertam as mãos e
acabam por ir juntos jogar matrecos.
Ano 2018:
A escola é encerrada.
A SIC proclama o mês anti-violência escolar.
O Jornal de Notícias faz uma capa inteira dedicada ao tema, e a TVI insiste em colocar uma equipe de reportagem à porta da escola a apresentar o telejornal,mesmo debaixo de chuva.
Situação:O Jaime não pára quieto nas aulas, interrompe e incomoda os colegas.
Ano 1964:
Mandam o Jaime falar com o Director, e este dá-lhe uma bronca de todo o tamanho.
O Jaime volta à aula, senta-se em silêncio e não interrompe mais.
Ano 2018:
Administram ao Jaime umas valentes doses de Ritalin.
O Jaime parece um zombie.
A escola recebe um apoio financeiro por terem um aluno incapacitado.
Situação:O Luís parte o vidro dum carro do bairro dele.
O pai caça um cinto e espeta-lhe umas chicotadas com este.
Ano 1964:
O Luís tem mais cuidado da próxima vez.
Cresce normalmente, vai à universidade e converte-se num homem de negócios bem-sucedido.
Ano 2018:
Prendem o pai do Luís por maus-tratos a menores.
Sem a figura paterna, o Luís junta-se a um gang de rua.
Os psicólogos convencem a sua irmã que o pai abusava dela e metem-no na cadeia para sempre.
A mãe do Luís começa a namorar com o psicólogo.
O programa da Fátima Lopes mantém durante meses o caso em estudo, bem como o Você na TV do Manuel Luís Goucha.
Situação:O Zezinho cai enquanto praticava atletismo, arranha um joelho.
A professora encontra-o sentado na berma da pista a chorar e abraça-o para o consolar.
Ano 1964:
Passado pouco tempo, o Zezinho sente-se melhor e continua a correr.
Ano 2018:
A professora é acusada de perversão de menores e vai para o desemprego.
Confronta-se com 3 anos de prisão.
O Zezinho passa 5 anos de terapia em terapia.
Os seus pais processam a escola por negligência e a professora por trauma emocional, ganhando ambos os processos.
A professora, no desemprego e cheia de dívidas, suicida-se atirando-se de um prédio.
Ao aterrar, cai em cima de um carro, mas antes ainda parte com o corpo uma varanda. O dono do carro e do apartamento processam os familiares da professora por destruição de propriedade.
Ganham.
A SIC e a TVI produzem um filme baseado neste caso.
Situação:Um menino branco e um menino negro andam à batatada por um ter chamado 'chocolate' ao outro.
Ano 1964:
Depois de uns socos de parte a parte, levantam-se e vai cada um para sua casa.
Amanhã são amigos.
Ano 2018:
A TVI envia os seus melhores correspondentes.
A SIC prepara uma
grande reportagem dessas com investigadores que passaram dias no colégio a averiguar factos.
Emitem-se programas documentários sobre jovens problemáticos e ódio racial.
A juventude skinhead finge revoltar-se a respeito disto.
O governo oferece um apartamento à família do miúdo negro.
Situação:Fazias uma asneira na sala de aula.
Ano 1964:
O professor espetava-te duas valentes lambadas bem merecidas.
Ao chegar a casa o teu pai dava-te mais duas porque 'alguma deves ter feito'
Ano 2018:
Fazes uma asneira.
O professor pede-te desculpa. O teu pai pede-te desculpa e compra-te uma Playstation4.
BOA SEMANA!!
Boa semana, Pedro!
ResponderEliminar: )
Boa semana, Catarina :)))
EliminarUm pouco exagerado, mas a verdade é que se passou do 8 ao 80. Ainda me lembro do meu primeiro dia de aulas. A minha mãe entregou-me à professora dizendo "Aqui está a minha rapariga para que ela aprenda tudo o que a senhora tem para lhe ensinar. Se ela se portar mal, não tenha medo de lhe chegar a roupa ao pêlo. Desde que não lhe parta nenhum osso, fique descansada que eu não me queixo."
ResponderEliminarAbraço
Sempre respeitei os meus professores, Elvira Carvalho.
EliminarAté porque isso nem tinha discussão.
Só em casos muito extremos é que OS MEUS PAIS, não era eu, poderiam falar com os professores.
Só aconteceu UMA VEZ e foi a professora que foi estúpida.
E nem fui eu a fazer queixa.
Foi um amigo meu que disse aos pais dele e os pais dele disseram aos meus.
Quando vi o meu pai sair para ir a uma reunião de pais (só foi a essa) vi logo que havia chatice.
Pensei que era eu que estava metido em problemas e não sabia porquê.
Afinal foi a professora a levar uma valente sova de língua.
Abraço
Hope you feeling better with your health issues dear Pedro!
ResponderEliminarNice and interesting post, thanks for the smiles. God bless you!
Feeling better, baili, not entirely recovered.
EliminarLittle by little, one day at a time.
Have a great week!
Realmente em muita coisa fomos do 8 ao 80 e agora com as televisões todas em sintonia empolgam mais e como isso é tão mau. Informar? Sim mas não da forma que muitas vezes fazem.
ResponderEliminarPara mim o maior erro é que a maioria dos pais delegam na escola a educação que deveriam dar em casa e os miúdos crescem a fazerem o que lhes bem apetece e sem saberem a cor/dor/significado de um NÃO!
Beijocas e uma boa semana
A educação tem que ser dada em casa, Fatyly.
EliminarA escola dá ensinamentos, mas a formação, a educação, essas têm que vir de casa, do berço.
Beijocas, boa semana
Claro que a educação é responsabilidade da família, mas a escola não pode ser só transmissora de conhecimentos, também deve educar.
EliminarClaro, São.
EliminarMas se não vem de casa, do berço, é muito complicado para a escola.
Assustador,não é? Espero que o bom senso volte.
ResponderEliminarBom dia!
Ser professor nunca foi tarefa fácil, Dulce Oliveira.
EliminarNestas circunstâncias ainda pior.
Boa semana!
Bom dia! Boas férias de for o caso, lool !
ResponderEliminarBeijos e um excelente dia!
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
As férias já lá vão, Cidália Ferreira.
EliminarFoi bom mas acabou por agora.
Beijos, boa semana
São estórias que pretendem caricaturar duas épocas distintas. Sabemos que na nossa infância e juventude havia um remédio que curava muitos conflitos: o tempo. Com ele o esquecimento dos conflitos era mais ou menos natural. Mas nem sempre era assim, o ressentimento, a rivalidade e a trolha continuavam.
ResponderEliminarHoje a excitação e presunção de conhecimento da sociedade conduz as pessoas a conflitos intermináveis e a estados de insanidade esquizofrénica.
Ahraço.
Um tempo que muitas vezes, como nesta caricatura, era muito curto, Agostinho.
EliminarTrês murros, dois pontapés, umas esfoladelas nos joelhos, vamos jogar à bola.
Aquele abraço, boa semana
Tantas mudanças,já acompanhamos...Nem todas pro bem! abraços, linda semana! chica
ResponderEliminarMuitas são para mal, chica.
EliminarSobretudo a falta de respeito para com os professores.
Abraços, boa semana
Bom dia
ResponderEliminarDaqui a cinquenta anos já não estarei aqui para ver , mas tenho uma certa curiosidade em saber como será a educação dos filhos e a comunicação social .
JAFR
Não tenho a ousadia de tentar prever, Joaquim Rosário.
EliminarEra bom que fosse melhor do que vamos vendo.
Boa semana
As caricaturas da ambas as épocas estão bem feitas, sim.
ResponderEliminarNão queremos os bofetões mas também nãoq ueremos as medicações.
Seria bom encontrar-se o equilíbrio.
Espero que a sua infecção já tenha desaparecido e de sejo-lhe boa semana , Pedro.
Nunca fui adepto dos castigos físicos, São.
EliminarSó em situações muito contadas e muito extremas.
Muito menos de encharcar os garotos com drogas.
É preciso que façam disparates, que tenham quem lhes diga que estão a fazer disparate, e porquê.
Em casa e na escola.
Assim é que crescem e se tornam bons cidadãos.
A infecção está a curar, ainda não está totalmente debelada.
Amanhã tenho consulta médica.
Boa semana
Boa tarde:- Algumas grande verdades. Os tempos mudam, não é assim que o Povo diz?....
ResponderEliminar.
* Mulher: carinho ardente em nobre Poesia *
.
Feliz semana
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Gil António.
EliminarAquele abraço, boa semana
É sempre bom começar a semana a rir... aproveitei e fiz uma experiência com os amigos das minhas filhas (entre 7/12 anos) os miúdos agora nem sabem o que é uma fisga???? Até me passei...
ResponderEliminarNem fazem ideia, Pedro Dinis.
EliminarPergunte-lhe se sabem o que é um berlinde, um pião, um carro de rolamentos.
Até pensam que é mentira!! :)))
As minhas sabem e brincam com isso à excepção do carro de rolamentos. Outra também não sabem o que é uma navalha!!! O que até pode ser bom. Aos berlindes chamam guelas e pões só os de plástico a que chamam baby laid.
EliminarPedro, você foi longe
ResponderEliminarna história buscando tais
referências. É isso mesmo,
meu caro; tempos modernos,
só que precisamos entender
que não é a escola que monta
o cavalete, mas com certeza é
quem pinta o quadro. Os pais
precisam executar em casa o que
os professores exemplificam na
sala de aula ou seus filhos tor-
nar-se-ão coxos.
Um abraço e boa semana.
.
A educação, sobretudo a educação cívica, começa em casa, silvioafonso.
EliminarQuando não é assim dá asneira.
Aquele abraço, boa semana
PEDRO,
ResponderEliminarestando nestas áreas de blogueiros há muitos anos, posso garantir que esta foi sem dúvida nenhuma, uma das melhores postagens que já li.
Ressalto a criatividade da sua formatação e as sequencias dos conteúdos contextualizados e inseridas com rara maestria.
Pois é Pedro, agradeço mais esta pérola literária.
Uma excelente semana.
Abração carioca.
Passado e presente, Paulo Tamburro.
EliminarComo será no futuro??
Aquele abraço!
Estão aí umas verdades!
ResponderEliminarBoa semana!
Isabel Sá
Brilhos da Moda
Só verdades, Isabel Sá, só verdades.
EliminarBoa semana
Mudam-se os tempos, mudam-se os hábitos e muda-se, essencialmente, tudo o que de bom havia nos velhos tempos!
ResponderEliminarPorque será que fiquei sem vontade nenhuma de que o tempo avance?
Nem sei que dizer, Pedro. Sinto-me tão triste e saudosa de quando era menina.:( Parecia que tudo estava no lugar certo. Um professor era uma pessoa respeitada e respeitadora. Hoje, até são abusadores dos alunos que ensinam. Aonde iremos parar?
Desculpe, Pedro. Deu-me para aqui.
Beijinhos, boa semana.
Disse a verdade, Janita.
EliminarInfelizmente é esse o panorama, é essa a realidade.
Beijinhos, boa semana
Hehe excelente post... infelizmente nem sempre as mudanças sao para melhor... para onde vais humanidade... :/
ResponderEliminarhttps://matildeferreira.co.uk/
Boa pergunta, Matilde.
EliminarSeja muito bem vinda.
Pela imagem, pensei um pouco apreensiva, que o Pedro nos iria fazer uma narrativa das sombras de Grey!
ResponderEliminarmas foi bem pior :)))
Aqui também há sombras, Angela.
EliminarE muitas.
há coisas que melhoraram outras pioraram, faz parte da evolução :)
ResponderEliminarA evolução, neste particular, teve coisas nada agradáveis.
EliminarRevi-me em muitos pontos enquanto mãe e professora.
ResponderEliminarPassei pela fase em que os pais me diziam:- Dê-lhe srª professora!
Mais tarde ouvi: _ Se a senhora toca no meu filho chamo a TVI.
Enquanto criança e a única rapariga no meio de 3 irmãos , tenho saudades, de jogar à bola com eles, dos carrinhos de rolamentos, das fisgas e lembro dos estalos que levava da minha mãe e avó , se saía dos eixos e curioso, tenho uma enorme saudade desses tempos e não fiquei traumatizada.
Um texto que é a mais pura realidade do que foi e do que que se passa nos nossos dias, felizmente com algumas excepções, pois acredito que o Pedro não é permissivo com as suas filhas, nem eu fui, nem nunca serei com o meu rapaz.
Um post que muita gente devia ler
Parabéns!
Beijos Pedro
Nem sou permissivo nem ando ao estalo (Deus me livre!!) com elas nem, Manu.
EliminarNão é assim tão complicado estabelecer um padrão, limites.
Beijos, boa semana
Tão verdadeiro e assustador.
ResponderEliminarQuando tinha 15 anos, o meu pai (que nunca fumou) encontrou-me um maço de tabaco, deu-me uma galheta que me serviu de emenda, nunca mais pus um cigarro à boca.
Tenho lido muitos artigos sobre o stress pós férias - psicologia a mais!
Essa do stress pós-férias é das minhas favoritas, Magui.
EliminarO stress passava-nos tão depressa, não era??
Essa é que é a grande diferença. Como era em 1964 e como é em 2018. Nada têm a ver uma com a outra. Em 1964, uns podiam estudar de dia. Enquanto outros tinham que trabalhar de dia, e se queriam aprender a ler e escrever, que o fizessem no período nocturno. Em 2018 há escolas para todos. Enquanto os professores esperam pelo descongelamento das carreiras estão em greve!
ResponderEliminarTenha uma boa noite caro amiga Pedro Coimbra.
Um abraço.
O lado mais negro, amigo Eduardo.
EliminarAqueles que até tinham capacidade intelectual para estudar mas não o podiam fazer porque não tinham capacidade financeira.
Aquele abraço, boa semana
Tantas verdades insofismáveis, Pedro !!!
ResponderEliminarAbraço
Aquele abraço, boa semana, Ricardo
EliminarNao tinha lido este post, mas esta fabuloso e acho que e mesmo isso que se passa actualmente!
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