Se for levemente e em família...
Em Macau o debate em torno da tipificação do crime de violência doméstica como crime público está aí para durar.
Numa primeira abordagem Macau seguia o caminho do mundo civilizado e tipificava o crime como crime público.
Em nome de uma pseudo harmonia familiar (como é que pode haver harmonia ao murro e ao pontapé é algo que só algumas mentes distorcidas poderão explicar) recuou-se nesta intenção e pensou-se em inovar no mau sentido - Macau seria excepção e a vítima teria que apresentar queixa dos maus tratos que sofria e arriscar sofrer ainda mais e mais profundas agressões na sequência desta queixa para ser assistida.
A reacção social foi mais forte do que se previa, o Executivo recuou nas suas intenções, e lançou novamente a proposta de tipificar o crime como crime público.
A última versão parece ficar a meio caminho - não haverá crime público se se tratar de "agressões leves e em família" (sic).
Sem pensar na agressão psicológica, tantas vezes mais violenta que a pura agressão física, lembro-me de há já muitos anos ter aprendido que se podia bater sem deixar marcas.
Bastava utilizar uma barra de sabão envolvida numa toalha para deixar a vítima sem uma única marca externa, visível, das agressões sofridas.
Hoje aprendi uma outra versão - um livro, uma lista telefónica, encostada ao corpo da vítima, repetidamente martelada pelo agressor.
Não deixa marcas externas, provoca lesões internas terríveis.
A pergunta é inevitável - o sabão, a lista telefónica, e outros meios semelhantes, se utilizadas com expertise e em família, darão lugar às tais "agressões leves e em família"?
Pedro,
ResponderEliminarem primeiro lugar, julgo que este tipo de ilícito é crime público (ponto final parágrafo).
Depois, explique-me como se eu tivesse 5 anos o que são agressões leves e em família? Será um bofetão na cara? Um empurrão contra uma parede? Uma tortura psicológica, de forma permanente, sobre a vítima?
Enfim, não me venham com cantigas, meu amigo, a violência doméstica é crime público ponto final parágrafo.
Aquele abraço, meu amigo.
Ricardo,
EliminarQuem deve ter mentalidade de cinco anos são os cérebros que pensam nestas soluções
O que será uma agressão leve e em família?
Provavelmente uns tabefes em casa.
Já dois murros, na rua!!!, nem pensar!!!
Adivinhe quem é que merecia levar dois murros, meu caro?!
Esses mesmo que está a pensar.
Isto até entristece.
Aquele abraço!
Inacreditável!
ResponderEliminarMas é a mais pura das verdades, Rosa dos Ventos :(
EliminarEssa aberração vem na linha de um sacerdote responsável pelo santuário de Fátima que proclamou do altar não haver problema nenhum se o marido der dois tabefes à mulher de quando em vez !!!!!!
ResponderEliminarE assim vamos nós....
Ainda me perguntam porque motivo sou eu feminista ?!
Tudo de bom, Pedro
Ainda há gente que vive nas grutas, São.
EliminarE esquecem a violência psicológica, verbal.
Para além de esquecerem que são capazes de levar dois tabefes também.
Ontem, em reacção a estas notícias, uma campeã de karaté comentava que lhes podia ensinar uma coisa ou duas.
O que eu gostava que ela o fizesse!!
Tudo de bom
Que triste, aqui ainda tem muito dessa violência, temos uma lei Maria da Penha.Essa tem dois lados, para quem realmente precisa ela é falha, mas agora ela virou um golpe perfeito para as esposa mal intencionadas.
ResponderEliminarTenha um ótimo dia.
Anajá,
EliminarAs pessoas podem sempre abusar da bondade das leis.
E de tudo o resto.
Mas essa possibilidade também não é argumento para que estas coisas aconteçam
Tenha um óptimo dia também
Nunca se esqueça das doutas sentenças dos nossos juízes, Pedro. Como aquele de Évora que sentenciou "bater na mulher na medida certa não é crime" ou aqueloutro que, ilibando uns artistas que tinham tentado violar uma turista no Algarve, reconheceu ( mais ou menos por estas palavras): "pela maneira como ela estava vestida, estava mesmo a pedi-las".
ResponderEliminarSerá que esses senhores juízes não levam uns tabefes em casa, Carlos??
EliminarEra muito bem feito.
E o segundo devia levar outra coisa.....sem vaselina!!
Em casa, desde que não haja alarme público, perturbação dos vizinhos, será "agressão leve"? Depois vem a psicológica - ai de ti se deres um ai.
ResponderEliminarAssim, muita gente anda anos a sofrer e quantas vezes a história acaba mal?
Irrita sobremaneira, Agostinho!!!
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