O idiota e a moeda


Conta-se que numa cidade do interior um grupo de pessoas se divertia com o idiota da aldeia.

Um pobre coitado, de pouca inteligência, vivia de pequenos biscates e esmolas.
 
Diariamente eles chamavam o idiota ao bar onde se reuniam e ofereciam a ele a escolha entre duas moedas: - uma grande de 400 REIS e outra menor, de 2000 REIS.

Ele sempre escolhia a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos para todos.

Certo dia, um dos membros do grupo chamou-o e lhe perguntou se ainda não havia percebido que a moeda maior valia menos.

Eu sei, respondeu o tolo assim. "Ela vale cinco vezes menos, mas no dia que eu escolher a outra, a brincadeira acaba e não vou mais ganhar minha moeda."
 
Pode-se tirar várias conclusões dessa pequena narrativa.
 
A primeira: Quem parece idiota, nem sempre é.

A segunda: Quais eram os verdadeiros idiotas da história?

Terceira : Se você for ganancioso, acaba estragando sua fonte de renda.
 
Mas a conclusão mais interessante é: A percepção de que podemos estar bem, mesmo quando os outros não têm uma boa opinião a nosso respeito.
 
Portanto, o que importa não é o que pensam de nós, mas sim, o que realmente somos.
 
"O maior prazer de um homem inteligente é armar-se em idiota diante de um idiota que se arma em inteligente" .
(Confúcio)

Comentários

  1. Num dos meus estágios (o que mais gostei que foi no hospital militar) os meus estimados orientadores de estágio, senhores brincalhões apesar de militares, gostavam muito de partidas de inicio de estágio... Um dia tenho de fazer um texto sobre essa aventura que foi esse estágio! Continuando, a primeira vez caí numa marosca de todo tamanho, numa outra pediu-me que ao pedido de encomenda da manhã juntasse o seguinte artigo : "pedras para afiar as agulhas, que com o uso ficavam rombas", ora bem, eu não sei se isso alguma vez existiu, mas eu cá só conheço agulhas descartáveis, percebi logo a marosca, e estava para preparar uma partida, cheguei a apanhar um calhau da rua e a criar um código e a imprimir uma etiqueta, e estava pronta para a enviar junto com a encomenda que era para a farmácia hospitalar... Contudo no último momento retraí-me, estava à pouco tempo, não imaginava a possível reacção, e a nota do estágio tinha um peso demasiado grande que não compensava o risco, optei por manter a imagem de estagiária idiota e fazer de conta que tinha pedido e que os fornecedores não tinham e aí contaram-me a suposta marosca!

    Se fosse hoje tinha-lhes pregado a partida, porque depois de toda a vivência que foi aquele estágio sei que não me iam prejudicar na nota por causa disso, mas conhecendo o meu orientador como conheci? A retaliação haveria de ser dura, mas pronto ri-me apenas comigo e nunca lhes contei :)*

    E sim, essa frase do Confúcio diz tudo*

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  2. Pedro, já reparou que os meus comentários aqui davam outro Blog? Eheheh... Enquanto me deixar as minhas historietas vão continuar a fazer parte destas caixas de comentários :)*

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  3. Catarina,
    Os seus comentários são uma delícia!!!
    As suas vivências dão um gozo bestial a quem lê este blogue.
    Não só a mim.
    Bjs

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