Casa onde não há pão....


Costinha despejou o saco em entrevista à "Sport TV".
Numa atitude nada "ministeriável", o director do futebol do Sporting disse algumas verdades, apontou a dedo algumas situações incompreensíveis na vida do clube, mas fê-lo de uma maneira deselegante.
E deixando a pairar uma forte sensação de despeito e uma tentativa torpe de se descolar dos insucessos do clube.
Costinha sente, claramente, o chão a fugir-lhe debaixo dos pés.
José Eduardo Bettencourt, o presidente que o contratou, está de saída.
Ainda assim, antes de sair, contratou José Couceiro para director geral.
Retirando poder e espaço de manobra a Costinha.
Numa palavra, tão repetida por estas paragens - face.
Criando uma teia complexa, na qual não se percebe bem onde começam os poderes de um e acabam os de outro.
E mesmo se, e quando, se sobrepõem.
O que Roquette simplificou, Bettencourt complicou.
E de que maneira!
Concordo com Costinha quando se refere à venda do passe de Liedson como um negócio desportivamente ruinoso.
Perfeitamente compreensível do ponto de vista financeiro; um completo disparate do ponto de vista desportivo.
Deixar partir um jogador com 33 anos de idade, no ocaso da carreira, com um salário altíssimo, e ainda encaixar dois milhões de euros com esse negócio, constitui uma medida de gestão financeira excelente.
Mas, para ser eficaz, teria que ter o necessário acompanhamento do ponto de vista desportivo.
Paulo Sérgio pede um ponta de lança desde o início da época.
O "pinheiro" de que tanto falou (agora já nem fala...).
E que não lhe foi dado.
Para agravar a situação, foi-lhe tirado o "bonsai".
Costinha diz que não foi tido nem achado neste negócio.
Acredito que assim seja.
Mas, se realmente foi isso que se passou, deveria ter imediatamente abandonado o lugar que ocupa.
E explicar porquê.
Não abandonou, manteve-se nas mesmas funções, apenas para cuspir no prato que lhe dá a comer cinco mil euros (brutos) mensalmente.
Uma atitude muito feia.
Costinha está a mais no Sporting.
Já são demasiados casos, demasiadas broncas.
Costinha, que é adepto do clube, não se revê na política que tem sido seguida.
Do ponto de vista desportivo, financeiro, de gestão corrente.
E está desiludido com o facto de constatar que o Sporting perdeu peso no contexto do futebol português.
Mas não fez, nem faz, nada para dar outro rumo a uma nau claramente desgovernada.
Se não o deixam, ou se não é capaz, tem que sair.
Não pode é querer branquear a sua actuação no clube, desresponsabilizar-se, apontar o dedo a terceiros, fazer queixinhas na praça pública.
Tudo isto enquanto se mantém teimosamente preso a uma cadeira da qual diz estar completamente desapegado.
Olho para Costinha, para este discurso e postura, e lembro-me logo de Mubarak.
Será que Costinha também pensa que a sua saída implicará o caos??

Comentários

Enviar um comentário

Mensagens populares