Aconteceu o inevitável


Paulo Sérgio já não é treinador do Sporting.
Sabia-se que isso ia acontecer.
Quando, era a incógnita.
Surpreende-me que tenha acontecido agora.
Na véspera de uma deslocação complicada à Madeira, a única explicação razoável (se é que ainda resta alguma razoabilidade a este Sporting...) para este timing terá que passar mesmo por aí - abanar a equipa fazendo-a regressar às vitórias e descolar do Guimarães.
E, depois disso, tentar afastar o Benfica (o jogo em que José Couceiro se vai estrear no banco) e vencer a Taça da Liga.
Os dois objectivos que restam ao Sporting nesta época.
Paulo Sérgio sai do Sporting vergado ao peso de tentar dirigir uma equipa de um clube perfeitamente à deriva.
Fico com a forte opinião que Paulo Sérgio não é realmente treinador para dirigir um clube com as ambições que deve ter o Sporting.
Mas não posso ter a certeza.
Nem eu, nem ninguém.
Os tiros no pé dentro do clube foram tantos, os erros de gestão, a constante convulsão interna, a destruição de um trabalho que José Roquette há muito anos tinha conseguido levar a cabo, que ninguém de boa-fé poderá afirmar com total certeza que Paulo Sérgio não era o treinador que o Sporting necessitava.
Fica um fortíssima impressão nesse sentido.
Certeza, não.
Não há treinador que resista à desarrumação que impera naquela casa.
Na hora da despedida, Paulo Sérgio disse o que muitas pessoas, especialmente quem gosta de futebol, sente - "O futebol português precisa de um Sporting forte".
Inteiramente de acordo.
Mas tal só poderá acontecer na próxima época.
E com muitas caras novas.
Na direcção, no banco (ninguém está a pensar que José Couceiro é a solução técnica para os problemas do Sporting, pois não??), especialmente na equipa de futebol.
Jogadores problemáticos (Izmailov, Vukcevic, Maniche, Djaló) e de fraco rendimento (Polga, Torsiglieri, Grimi,...) têm que sair.
Para que possam entrar jogadores de classe que, entre outras funções, permitam aos "meninos" (André Marques, Diogo Salomão, Saleiro, Nuno André Coelho) crescer em segurança.
E para que haja liderança.
Fora e dentro do campo.
Algo que, actualmente, não existe.
Quem lê este blogue sabe que sou portista.
Mas que, tendo uma especial paixão pela Académica, ainda tenho espaço no coração para, por motivos familiares, simpatizar com o Sporting e o Belenenses.
Que gostava de ver muito fortes novamente.
Paulo Sérgio, que cometeu muito erros, até de retórica, tem toda a razão nesse particular - o futebol português precisa de um Sporting forte.

Comentários

  1. Já era esperado, o Sporting e toda a sua organização, anda de rastos, o Paulo que náo é polvo, não tinha tentáculos para aguentar aquela malta.
    Não se poderá chamar uma chicotada psicológica, já que todos sabiamos, que mais cedo ou mais tarde, o treinador iria sair, bem como a direcção dos Leões.
    No futebol é assim, não ganha, olho da rua.
    Veremos o que Calisto irá fazer com a Selecção da Tailândia, no Vietname deu-se bem

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  2. Caro Cambeta,
    O timing é que é algo surpreendente.
    A notícia, essa não traz nada de novo.
    O Calisto costuma dar-se bem aqui pelo Oriente....
    Um abraço

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