O ministro Rui Pereira dá-se mal com as novas tecnologias
Rui Pereira, ministro da Administração Interna, dá-se mal com as novas tecnologias.
Depois dos microfones direccionais, que captaram os comentários libidinosos acerca de Carla Bruni, e depreciativos acerca de Sarkozy (o tal que tem "ar seboso"), Rui Pereira foi agora traído pelo sistema informático que deveria auxiliar o Ministério no processo eleitoral do passado dia 23 de Janeiro.
Conhecidas as conclusões do relatório elaborado por especialistas da Universidade do Minho, fica-se agora com a certeza que o diagnóstico avançado por Paulo Machado, o director-geral da Administração Interna, que entretanto se demitiu, estava correcto - "sobrecarga de afluxos" (é grave!).
Simplificando, o sistema informático funciona muito bem.
Mas só com poucos pedidos de informação.
Quando lhe começam a perguntar muita coisa ao mesmo tempo, passa-se.
Mais ou menos como o primeiro-ministro...
Rui Pereira, que é um homem viajado, com grande visão, e que domina a língua inglesa e tudo, decidiu que era tempo de se responsabilizar o culpado pela barracada.
"Accountability", como se diz em inglês.
Como não podia demitir o software, empurrou Paulo Machado borda fora.
Mas segurou Jorge Miguéis, de quem se diz ser o maior especialista nesta área de processos eleitorais (a notícia aqui).
O ministro?
O ministro mantém-se no cargo, claro.
Sim que esta coisa de "accountability"só vai até director-geral.
Daí não passa.
E só mesmo quem não sabe nadinha da língua inglesa é que não percebe isto.
Pedro
ResponderEliminarEm Portugal, Ministro nunca é culpado, a começar pelo Primeiro.
Abraço
Não é só em Portugal, Rodrigo.
ResponderEliminarEssa cultura espalhou-se.
Deve ter sido com as naus dos Descobrimentos..... :)))
o único ministro que vi demitir-se e assumir as suas culpas, foi o Jorge Coelho, depois do desastre de Entre -os-Rios. Rui Pereira, mesmo que Sócrates o demita, vai demorrar muito tempo a arrumar os papéis.
ResponderEliminarO Jorge Coelho foi mesmo um caso isolado.
ResponderEliminarTambém não me lembro de ninguém ter tido semelhante atitude.