Morreu o Padre Lancelote Rodrigues, o padre dos refugiados
Não conheci pessoalmente o Padre Lancelote Rodrigues.
Conhecia-o apenas dos muitos relatos lidos e ouvidos ao longo dos anos desde que cheguei a Macau.
Gravemente doente há já bastante tempo, a sua luta com a doença acabou ontem.
Foi o final da batalha que o Padre Lancelote não venceu.
Aos 89 anos, filho de pai português, desde os 12 anos a viver em Macau, o Padre Lancelote foi uma daquelas raras pessoas que sentiram o que é ter uma missão na vida.
Uma vida cheia, intensamente vivida, que o Padre Lancelote não era nada o típico beato, o "rato de sacristia".
Bem pelo contrário.
Gostava muito de uma boa comizaina, de um bom malte, de uma boa tertúlia.
Tertúlias onde era frequente ouvir-se o seu vozeirão, não só em animada cavaqueira, como também na sua conhecida paixão pelas cantorias.
Muito humano, algo mundano até, o Padre Lancelote auxiliou milhares de pessoas, especialmente em duas ocasiões da sua vida, coincidentes com duas vagas de refugiados em Macau.
A primeira, nos anos 1950, em plena Revolução Cultural, et pour cause, de portugueses vindos de Xangai.
O auxílio do Padre Lancelote, que tinha sido ordenado no ano anterior, a esta vaga de refugiados, foi inestimável.
Como o seria anos mais tarde, em 1977, agora com os milhares de refugiados provenientes do Vietname.
Acolhidos e realojados, muito graças aos muitos contactos do Padre Lancelote, conseguidos precisamente pela sua bonomia aliada a esse lado mundano e profundamente humano que marcava quem com ele convivia.
Características da sua personalidade que levaram a que fosse representante em Macau do Alto Comissariado dos Refugiados, a uma nomeação por Hong Kong para o prémio Nansen 2012, bem como a uma condecoração da Rainha de Inglaterra.
O Padre Lancelote partiu.
Fica a sua obra, testemunhada por quem com ele conviveu, pelos milhares de pessoas que auxilou quando procuraram refúgio e abrigo em Macau, quando foi necessário o seu realojamento nos mais variados locais por esse Mundo fora.
Repouse em paz Padre Lancelote Rodrigues.
Uma vida plena, Pedro!
ResponderEliminarAbraço
Um amigo meu chamou-lhe o último dos missionários, Ricardo.
EliminarUm título que ele merece.
Era um tipo muito humano, muito vivo, que espalhou o Bem.
E que será recordado por isso.
Aquele abraço!!
Que descanse em Paz :/
ResponderEliminar
EliminarMerece, Poppy, merece.
Trabalhou muito em prol dos outros e sofreu um bocado com a doença
Merece repousar em paz
Não o conhecendo mas lendo o que o Pedro dele conta, merece o meu elogio pelo que fez numa vida dedicada aos outros.
ResponderEliminarE o desejo de que descanse em Paz.
Abraço
Verdadeiramente um missionário, António.
EliminarE sempre com um sorriso nos lábios, um vozeirão tremendo, o violão a acompanhar.
Nessas tertúlias conseguiu contactos que salvaram a vida a milhares de pessoas.
Merece muito o eterno repouso.
Aquele abraço
Caro Amigo Pedro Coimbra!
ResponderEliminarPelo seu relato o ilustre cidadão religioso, o Padre Lancelote Rodrigues, deixou marcas indeléveis entre nós.
Seu exemplo de vida em prol dos desvalidos certamente será lembrado pelas gerações do porvir.
Caloroso abraço! Saudações exemplares!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Diadema-SP
EliminarO Padre Lancelote era mesmo um homem com espírito missionário, caro Amigo João Paulo de Oliveira.
Mas, ao contrario de muitos padres nesta situação, não era um beato.
Era até algo boémio
E foi esse espirito mundano que lhe permitiu ter tantos contactos que tao valiosos se vieram a revelar.
Que repose gora em paz.
Aquele abraço!!
Pedro,
ResponderEliminarQue história tão bonita.
Obrigada por a partilhar.
Quanto à fotografia, tenho uma foto tirada em Milão com uma menina rodeada de pombas. Eu também tenho medo quando esvoaçam junto a mim. Mas ao mesmo tempo acho-lhes graça. Dê um beijinho à filha.
Beijinho. :))
EliminarAna,
A Catarina apanhou um destes sustos que ainda hoje falamos nisso!! :))
Vou dar-lhe esse beijinho com todo o gosto.
Um beijinho para si também
Acima de tudo , era um ser humano e alguém que se preocupou com os outros seres humanos , portanto basta para que mereça o meu respeito.
ResponderEliminarQue esteja em paz!
Para si, o meu abraço
Um tipo incrível, São.
EliminarJá não existem muitos assim, infelizmente.
Um abraço
Conheci-o quando aí estive.Foi uma figura incontornável que ficará para sempre ligado à História de Macau. Pelas suas acções, mas também pelo carisma.
ResponderEliminarAquele gargalhada e aquele vozeirão eram inconfundíveis, Carlos.
EliminarE abriram muitas portas, ajudaram a encontrar muitas soluções para problemas terríveis.
Há pessoas assim, que são incansáveis no auxílio e apoio que dão aos outros, em momentos difíceis.
ResponderEliminarQue descanse em paz!
Beijocas!
Infelizmente já são muito, muito raras, Teté.
EliminarBeijocas!