CTM - um abanão antes da liberalização?
A CITIC Telecom International Holdings Limited (CITIC) controla, a partir de ontem, 99% do capital social da Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM) com o remanescente 1% do capital social da empresa a ser detido pelos Correios de Macau.
A CITIC, empresa com sede em Hong Kong, reforça o seu investimento na CTM, substituindo-se à Portugal Telecom, definitivamente de abalada para outras paragens (países africanos de expressão portuguesa e Brasil).
CITIC que promete um investimento de 1.2 biliões de patacas na CTM nos próximos três anos, investimento esse direccionado para uma melhoria dos serviços prestados, das infra-estruturas existentes.
Ainda que acreditando nas boas intenções da CITIC, e na efectiva concretização das promessas da empresa, julgo que não é o suficiente para Macau se ver dotada definitivamente de um serviço de telecomunicações moderno, eficaz.
Não estou a pensar nos valores monetários em causa porque não faço ideia se esse valor é, ou não, suficiente para se conseguir o resultado que a CITIC se propõe conseguir.
O que julgo ser essencial, e não estou propriamente sozinho na defesa deste ponto de vista, é uma efectiva liberalização do sector, a entrada de outras empresas no mesmo, com novas ideias, novas propostas, serviços integrados de telecomunicações, vulgares noutras regiões do Mundo, inexistentes em Macau.
Macau, a cidade que se propõe ser um centro mundial de turismo e lazer, que quer apostar em força no sector MICE, não pode continuar presa a um monopólio, efectivo ou encapotado, no sector vital das telecomunicações, a serviços anquilosados, em nada fiáveis, pobres na imaginação, na oferta de produtos que já são relativamente vulgares em países e regiões com um desafogo financeiro incomparavelmente inferior ao que Macau vive.
Serviços que, para além de anquilosados e pouco fiáveis, são relativamente caros, especialmente na comparação com os preços praticados noutros mercados e com a oferta disponível.
Esperemos que o passo dado ontem seja apenas um abanão no sector.
Um abanão antes da efectiva liberalização.
Para que Macau, também no sector das telecomunicações, deixe definitivamente de ser um pobre com muito dinheiro.
Estimado Amigo Pedro Coimbra,
ResponderEliminarThe founder of CITIC, Rong Yiren, is the son of one of the richest businessmen in China in the 1930s, Rong Desheng (榮德生). He was also one of the few capitalists who stayed in mainland China after 1949. Rong Yiren later became the vice-president of the People's Republic of China in 1993, and stepped down in 1997.
CITIC Group is 中国中信集团公司 in Chinese, while CITIC Pacific is 中信泰富 in Chinese. CITIC Pacific is a subsidiary of CITIC.
It was reported on September 17, 2008, that CITIC was in talks to acquire Morgan Stanley. Instead Morgan sold a substantial portion of their company to Mitsubishi UFJ Financial Group in addition to applying for $10 billion from the Treasury Department as part of the $700 billion Troubled Asset Relief Program.
Its subsidiary, CITIC Pacific, made unauthorized bets on the foreign currency market in October 2008 and lost HK$14.7 billion (US$1.9 billion, when accounted for in mark-to-market terms). Senior executives such as Financial Controller Chi Yin Chau and Group Finance Director Leslie Chang resigned. Its stock price plunged 55.1 percent upon the resumption of trade.
Está tudo explicado.
Abraço amigo
Estava bem de ver, Amigo Cambeta.
EliminarO famoso guanxi, os princelings, funcionam na China e estendem-se a Macau.
O que ainda é mais fácil quando as empresas portuguesas que por aqui restavam se afastam.
Aquele abraço!!
E os portugueses já deixaram de ter participação na CTM...
ResponderEliminarQuando o Mundo corre para a China, e para Macau também, os portugueses vão embora, FireHead.
EliminarFoi assim ao longo quase 500 anos porque é que agora havia de ser diferente?
O que é curioso, contraditório até, é que está a ver novos investimentos portugueses em Macau, na China, sobretudo na área da alimentação e bebidas.
A Telecom resolveu encher os bolsos e abalar para outras paragens.
É pena.
Nós somos a prova viva de que o português é persistente. Não estamos nós em Macau? Bom, na verdade, eu sou de cá, pelo que você é que é o resistente. :)
EliminarMas eu também já sou de cá, Firehead,
EliminarSomos ambos residentes permanentes de Macau, de nacionalidade portuguesa.
Disto não percebo rigorosamente nada porque acho tudo uma trapalhada versus corrupção.
ResponderEliminarIncompetência, Fatyly, incompetência.
EliminarSerá só essa a explicação.
Ora cá está um assunto sobre o qual nada posso dizer pois nenhum conhecimento tenho do mesmo.
ResponderEliminarUm dos últimos grandes investimentos portugueses em Macau que sai de fininho, Mariposa Colorida.
EliminarTristeza!
A PT tem novos "targets", Pedro, como tal, incompreensivelmente saem do Oriente com os "bolsos cheios", e o que choca é a falta de visão, meu amigo, a falta de visão.
ResponderEliminarEnfim, welcome to the real world!!!
Grande abraço, amigo!
Não é suposto os tipos da PT serem uns visionários, Ricardo?
EliminarCom visionários destes estamos bem entregues!!
Aquele abraço!
Esperemos que, ao contrário aqui, a privatização seja mesmo para dar maior poder a quem consome...
ResponderEliminarBoa semana
Privatização da qual estamos todos à espera, São.
EliminarNo papel, já aconteceu.
Na prática, porra nenhuma.
Se os consumidores finais lucrarem com um serviço mais modernizado e uma maior oferta de produtos, sempre é alguma vantagem. Aqui com os CTT tem sido precisamente o contrário: fecharam estações, despediram funcionários, os correios andam atrasadíssimos (com cartas urgentes a chegarem 15 dias depois ou mais) e agora querem privatizar os serviços. Como a empresa pública tem vindo a perder clientes e utilizadores, não percebo se é para a venderem por tuta e meia a algum amigalhaço... Quando não, não tem lógica nenhuma! Enfim, vá lá a gente compreender estes politiqueiros... :P
ResponderEliminarBeijocas!
Tete,
EliminarA minha mãe trabalhou toda a vida nos Correios.
Como a estacão que ela chefiava ficava por baixo da nossa casa, onde vivemos muitos anos, cresci ali no meio dos selos, das cartas, das encomendas, com os carteiros a ampararem e aconselharem o Pedrito.
Essa é uma das estacões que, com muita pena minha, ainda mais da minha mãe, vai fechar.
Beijocas!
Caro Amigo Pedro Coimbra!
ResponderEliminarAs privatizações aqui causaram muita polêmica e também denúncias de muita corrupção e depois das privatizações pagamos preços altíssimos para usufruir dos serviços privatizados.
Caloroso abraço! Saudações inconformadas!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Diadema-SP
Caro Amigo João Paulo de Oliveira,
EliminarAqui julgo que será precisamente o oposto.
O monopólio, de facto ou de direito, é que gera situações de abuso, desmandos, serviços de péssima qualidade.
Concorrência, precisa-se!
Aquele abraço