Caso Miguel Relvas / Público
Caso
Público
Relvas:
"Fui ilibado em toda a linha e para mim este processo está encerrado"
Miguel Relvas,
ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, regressou hoje ao Parlamento
para falar das conclusões do relatório da ERC - Entidade Reguladora para a
Comunicação Social - que não deu como provadas as pressões sobre uma jornalista
do Público. E diz que não renuncia ao direito da sua defesa.
Miguel Relvas, ministro-Adjunto e
dos Assuntos Parlamentares, está no Parlamento para falar do caso
"Público". Por solicitação do PS, depois de conhecido o relatório da
ERC - Entidade Reguladora para a Comunicação Social, cujas conclusões, aliás,
foram citadas pelo governante, que depois deste caso se encontra, agora, sob
linha de fogo por causa do curso que obteve. Miguel Relva, aliás, acabou por fazer menção ao facto de o Público todas as
semanas lhe enviar perguntas sobre "a minha actividade política e não
política. É permanente e é raro o dia em que não sou notícia no Público. Todos
os dias fazem perguntas, todos os dias obtêm resposta. Ninguém é limitado nem
condicionado".
Quanto ao relatório da ERC, Miguel Relvas tira uma conclusão: "fui ilibado em toda a linha e este processo está
encerrado", declarou aos deputados, numa audição que começou pouco
depois das nove horas. Miguel Relvas, dizendo que teve um comportamento e uma
atitude rara nos governos – já que optou por responder pessoalmente e não por
escrito –, diz que está sempre disponível para se deslocar ao Parlamento. Mas Catarina Martins, do Bloco de Esquerda,
contrapôs dizendo que o ministro Miguel Relvas não quis ir ao Parlamento
justificar este caso. "Estou aqui
a sujeitar-me a responder a questões, e bem, baseada nas conclusões do relatório
da ERC". Volta a dizer que a ERC o iliba em toda a linha, mas
"se a deliberação tivesse sido outra,
tinha de a aceitar e tirar as devidas cosequências. Há um relatório que foi
elaborado e que é claro e objectivo".
Por várias vezes, nas curtas intervenções,
Miguel Relvas salientou que o relatório não foi redigido pelos membros do
conselho regulador, mas sim pelos técnicos "conceituados e
reputados", afastando assim a ideia de que a deliberação era política.
"Esta deliberação não foi elaborada pelo poder político". E o
conselho, acrescentou, resolveu não alterar o relatório. "Os membros eleitos votaram um relatório elaborado
pelos técnicos e nada foi alterado", declarou, dizendo desconhecer
qualquer versão em que Carlos Magno tivesse dito que havia uma pressão
inaceitável. Na comissão parlamentar de Ética,
Comunicação e Cidadania, Carlos Magno disse que achava que na deliberação
constava a frase de que tinha havido uma pressão inaceitável. Miguel
Relvas diz que não tem de ir comentar o que disseram os membros da ERC, mas sim
apenas os factos que diz estarem na deliberação.
Miguel Relvas optou por citar o relatório nas partes que diz que não se dá por
provado que o ministro tenha promovido black out informativo em relação ao
Público, não se dá como provado que tenha ameaçado divulgar o que quer que seja
de quem quer que seja, não foi provada a existência de pressões ilícitas em
relação ao Público e a sua jornalista, não se verificou condicionamento da
liberdade de imprensa. Para Miguel Relvas a deliberação "com suficiente clareza desfaz todas as dúvidas".
Miguel Relvas cita mesmo Teixeira da Mota, advogado do Público, que afastou,
nas declarações à ERC, o cenário de pressão ilícita.
Para Miguel Relvas o processo arrastou-se mais do que seria razoável. O ministro-adjunto ainda lembrou que foi pedida a
reabertura do processo na ERC, mas houve a decisão técnica de não reabrir.
Quatro membros votaram a favor da não reabertura. Para o governante,
"as conclusão são objectivas e claras" e salientou que a ERC fez a
investigação a seu pedido. "Não se pode
ir a penalties o que ficou resolvido em 90 minutos", conclui Miguel
Relvas, antes de ouvir o deputado Filipe Neto Brandão, do PS, deixar a ideia de
que o ministro-adjunto devia tirar as devidas conclusões de um relatório que
para este deputado não foi assim tão claro a ilibar Miguel Relvas. "Sei como estou na vida pública, respondo pelos meus
actos e comportamentos. Prescindimos de falsos moralismos. Não é aceitável
querer fazer interpretação de uma deliberação. Não gosta da deliberação, não é
um problema meu".
Em resposta aos deputados socialistas, Miguel Relvas acrescentou considerar
"irrenunciável a prática do meu direito à
minha indignação, sempre que sentir que há um atentado à minha honra. Ao ter
este comportamento, beneficio todos os agentes políticos. Quem acusa tem de
apresentar provas, não podemos estar sujeitos a que tudo seja dito e feito.
Sabemos muitos de muitas situações da vida política portuguesa de assassinatos
de carácter e honra sem razão. Sempre que sentir que é inadequado o
comportamento não renuncio ao direito da defesa da minha dignidade e da minha
honra custe o que custar, custe a quem custar".
Podem ler a notícia aqui
Ainda não percebi onde é que esse tipo tem a honra e dignidade. Mas não é distracção minha, porqeu só PPC parece tê-las encontrado. Talvez por ser muito parecido com Relvas
ResponderEliminarCarlos,
ResponderEliminarPPC tem medo dele.
Foi o Relvas que "fabricou" o PPC e, da mesma maneira que o "fabricou", pode destruí-lo.
Ele sabe isso e não o afronta.