Aperfeiçoamento linguístico em Portugal


Na semana passada, o GAES enviou para Portugal um conjunto de formandos (10, salvo erro) no intuito de aperfeiçoarem os seus conhecimentos de língua portuguesa em Portugal.
Até aqui, tudo bem.
O português é uma das línguas oficiais da RAEM, quanto mais pessoas dominarem o idioma melhor é para para o território e, confessemos, para o nosso ego também.
Mas, e lá vem sempre o "mas", tenho sempre sérias reservas acerca dos resultados destas acções de formação.
Desde logo, pelo passado, pelo que se conhece de iniciativas semelhantes e dos resultados obtidos.
Depois porque, nas entrevistas que concederam aos representantes dos órgãos de comunicação social em língua portuguesa, os formandos exprimiram-se apenas num inglês com forte "pronúncia do Norte".
As únicas palavras que ouvi proferir em português foram "olá" e "nata".
Convenhamos que é muito pouco para quem se propõe aperfeiçoar o nível linguístico em Portugal.
Aperfeiçoar, quando os conhecimentos são tão limitados, é muito fácil.
Mas resulta em quê?
Especialmente quando se sabe que os formandos convivem diariamente uns com os outros, em círculo fechado, e, como é óbvio, não comunicam em português.
Espero que não estejamos perante mais um caso, de entre os muitos que todos conhecemos, de pessoas que, supostamente, "dominam" várias línguas.
Mas que, em boa verdade, não sabem falar nenhuma.
Vá lá, talvez uma.

Comentários

  1. Estimado Amigo Pedro Coimbra,
    Peço desculpa em discursar consigo ndeste tema.
    Tenho vários amigos em Bangkok, tailandeses, que estiveram em Lisboa durante o período de 9 meses, hoje falam o português correctissimo, e mais adoram tudo o que é português e estão sempre presentes em todos os acontecimentos sobre Portugal em Bangkok.
    Um deles o meu mais conhecido, o José já foi a minha casa várias vezes, adora comida portuguesa, e falou comigo sempre num português correto, hoje frequenta a melhor e a mais reputada universidade da Tailandia.
    É tudo uma questão de gosto e de força de vontade.
    Abraço amigo

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  2. Estimado Amigo Pedro Coimbra, É este jovem de quem falava, ele tem uma página no facebook.

    Art José Rattanan Jiumpanyarach (อาร์ท)
    .

    Worked at AFS Intercultural ProgramsStudied International Relations at Faculty of Political Science, Chulalongkorn UniversityLives in Bangkok, Thailand From Amadora Born on December 6, 1992Knows English, Chinese, Português, Thai language

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  3. Amigo Cambeta,
    Não duvido minimamente do que refere.
    Mas esse não é, infelizmente, o panorama em Macau.
    Por aqui, o que vê é precisamente o oposto.
    Basta olhar para os cargos de direcção e chefia, ocupados por tanta gente que foi estudar(???) em Portugal, que assim subiu na estrutura administrativa, e que hoje não diz uma palavra em português.
    E faz-me muita impressão ver que, quem vai aperfeiçoar os conhecimentos linguísticos em português, se exprima apenas em ......inglês.
    Outro problema, quantas vezes já discutido, é que estes grupos convivem apenas entre si e vêm de Portugal com pouco mais vocabulário do que aquele que levavam na bagagem quando foram.
    O ideal (necessário, diria mesmo) era separá-los e dizer-lhes "agora safem-se".
    Assim, tenho a certeza que aprendiam mais.
    Aquele abraço

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  4. Pedro,

    não seja mauzinho, sei, de fonte segura, que os 10 formandos também sabem dizer:

    OBLIGADO!!! :DDDDDD

    Ablaço, perdão, abraço, caro amigo!!! :DDDD

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  5. Quantas vezes já se repetiu o mesmo erro, Ricardo!!
    O Nuno sabe.
    Enviam a malta para Portugal e os formandos, em grupo fechado, vão fazer turismo e aprender umas coisas.
    Bom dia, boa tarde, boa noite, como está.
    Ficamos por aí.
    E é temporário.
    Depois esquecem.
    Experimentem enviar um para o Minho, outro para o Algarve, outro fica em Lisboa, outro vai para Coimbra, outro aí para a Madeira, outro para os Açores,.....e agora safem-se!!!
    Nesse caso eu garanto resultados.
    Com este método, eu garanto que vai dar m@#$%.
    Outra vez.
    Aquele abraço!

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  6. Não percebo como é que o português é uma das línguas oficiais da RAEM. Qual é a percentagem de pessoas que falam português como língua materna em Macau? Se nem no meu tempo, durante o Macau português, o português era efectivamente uma língua oficial, quanto mais agora? Pior só mesmo a Guiné-Bissau, país da CPLP (país de língua oficial portuguesa, portanto) e onde só para aí 5% da sua população é que sabe falar português...

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  7. OLá Pedro, olá aos 'panelistas.' Dispersa-los parece-me uma boa tentativa. Não são feitas provas de aproveitamento no regresso a Macau? ou se são, estou a imaginar o género, para haver tantos 'diplomados.' Não se poderia também batalhar por verdadeiras provas de aferição dos conhecimentos adquiridos como forma de obtenção de um certificado válido? No princípio era capaz de cair em saco roto, mas se as coisas fossem continuadas em modo sério, quica também pudesse dar uma ajuda.

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  8. FireHead,
    O português é língua oficial da RAEM porque é isso que está consignado na Lei Básica.
    Ainda que NINGUÉM fale a língua, e enquanto a lei não for alterada, vai ser assim.
    Antes de 1999 já exista um preceito semelhante no Código do Procedimento Administrativo, que determina o uso das línguas portuguesa e chinesa nos documentos oficias.
    Depois de 99, foi conferida dignidade constitucional ao bilinguismo.
    Até 2049 é assim.
    Depois, veremos.

    Freddie (assim é mais fácil)
    A ideia de serem feitas provas no regresso a Macau é óptima.
    Totalmente a favor.
    Mas não é isso que acontece.
    É-lhes conferido um diploma, que é importante em termos de progressão na carreira, e fica-se por aí.
    Importante para os formandos.
    Irrelevante do ponto de vista da RAEM e do efectivo domínio da língua.
    Aquele abraço!!

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