Os turcos gostam do autocrata

Erdogan vai conseguir um inédito terceiro mandato na Turquia.

Os resultados da primeira volta já faziam de alguma forma prever este desfecho.

Os turcos preferiram manter o autocrata.

E com essa escolha sinalizaram claramente o seu afastamento da União Europeia.

Uma possível maior abertura política do regime parece ainda assustar uma grande fatia da população turca.

Que também não escolhe um estado laico, prefere uma aproximação ao mundo muçulmano.

Uma escolha livre, consciente, que a União Europeia deve respeitar em toda a sua plenitude e consequências.

Esta Turquia não respeita os critérios de acessão, não pode ser membro da União Europeia.

Fica a dúvida acerca do papel que poderá desempenhar como charneira entre Leste e Ocidente da Europa, entre a Europa e o Médio Oriente.

Erdogan soube ganhar as eleições, soube falar ao povo turco e soube utilizar a máquina do Estado em seu proveito próprio.

A oposição esgotou-se em slogans e promessas vãs, apelou ao populismo e à xenofobia.

E com isso abriu o caminho à reeleição do autocrata e ao relativo isolamento político da Turquia.