Acordar do pesadelo

 

O Mundo acorda do pesadelo - a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou o fim da emergência sanitária resultante da pandemia de COVID.

Mas alertou para o óbvio - o vírus não foi nem vai embora.

Aprendemos a viver com ele, devemos à ciência uma resposta incrivelmente rápida a um vírus traiçoeiro que roubou a vida a milhões de pessoas e destruiu a economia mundial.

Pelo caminho ficámos a conhecer melhor quem connosco convive e se entretém diariamente a negar a ciência, quem passa a vida a inventar teorias da conspiração, quem desconhece o significado da palavra solidariedade.

E quem vive rodeado de medos e fantasmas.

Macau foi e continua a ser uma revelação neste último aspecto.

A resposta à pandemia foi eficaz, rápida.

Mas inegavelmente exagerada, demente em alguns momentos e medidas.

As intermináveis quarentenas e toda a rábula à sua volta, a loucura das máscaras cirúrgicas que incrivelmente se mantém, a resistência às vacinas, deram-nos a conhecer uma Macau para muitos de nós desconhecida.

Ver, ainda hoje, pessoas usar máscaras cirúrgicas na rua, sozinhas nos carros, provoca um riso simultaneamente nervoso e triste.

Talvez este passo da OMS contribua para novos passos dos Serviços de Saúde, mais resolutos, mais corajosos, que incentivem os cidadãos a voltar à normalidade nas suas vidas.

A pandemia chega oficialmente ao fim.

Agora sim é tempo de perceber como começou.

Sem dogmas, sem medos, sem barreiras, sem apontar dedos a ninguém, sem outros fins que não sejam o enriquecimento da ciência e a protecção da vida das pessoas.