O desespero de um louco

 

Putin está a ficar desesperado.

E um louco desesperado é virtualmente incontrolável.

Ao ponto de fazer temer que a repetida ameaça nuclear, que normalmente fica a cargo dos papagaios de serviço (Medvedev e Lukashenko), se possa concretizar.

Putin pensava que a invasão da Ucrânia seria pouco mais que um passeio triunfal.

O poderio militar russo, a inércia ocidental, a desorganização americana da era Trump, davam-lhe essa forte percepção.

Quando se apercebeu do tremendo erro de cálculo já era demasiado tarde para voltar atrás.

Resta-lhe estrebuchar até ao estertor final agora que já percebeu que a ansiada gloriosa vitória se esfumou.

Sabendo que vai ficando cada vez mais isolado, percebendo que o vizinho chinês nunca o apoiará militarmente, Putin recorre à arma final, a destruição maciça.

Não percebo como é ainda possível haver gente a apoiar o comportamento aberrante do carniceiro russo.

Não consigo entender o fascínio pelo grotesco.

Ver um país arrasado pelo invasor, populações dizimadas, o absoluto desrespeito pelo mais básico sentido de humanismo, e ainda apontar o dedo às vítimas ou a terceiros, esse sim é um mistério que nunca conseguirei decifrar.

Atenção às repetidas ameaças que vêm do Kremlin.

São o sinal exterior do desespero de um louco.