Comissões parlamentares para derrubar governos?

Acompanho à distância os trabalhos parlamentares em Portugal.

E aquilo que tenho facilmente observado é que as Comissões parlamentares tratam de politiquice, de chicana política, esquecem aquilo que devem investigar.

Não sei quem era o adjunto repentinamente tornado figura preponderante nem quero saber.

Já teve os seus cinco minutos de fama, é chegado o tempo de recolher aos bastidores.

Não sei, e isso até era importante saber, que raio de informação estava no famoso computador e se estava só naquele computador como e porquê.

Não quero saber se o Primeiro-Ministro demite ou não o Ministro.

A decisão é dele e será julgado por esta e outras opções num próximo processo eleitoral.

Sei que não se investiga a ribaldaria na TAP; sei que não se investiga o que realmente aconteceu naquele Ministério; sei que não vejo gastar um tostão dos imensos fundos comunitários que estamos a receber numa, uma que seja!, obra estruturante para o futuro do País (é assim há já muitos anos, com muitos governos, de muitos partidos).

Isso é julgo ser realmente importante.

Comissões parlamentares que se entretêm na tarefa de derrubar governos, este ou outro qualquer, são a triste prova de parlamentares em nada preparados para o exercício das suas funções.

De gente preocupada apenas com joguinhos de política rasteira, saloia, desesperados para terem Portugal permanentemente em processo eleitoral, a gastar rios de dinheiro público sem qualquer impacto no futuro do País.